SOLICITAÇÃO DE TOMBAMENTO DE SEIS PEÇAS ARQUITETÔNICAS EM PARNAMIRIM – RIO GRANDE DO NORTE – 2024

 

Primeira construção erguida em Parnamirim, no "Campo dos Franceses". Era alojamento dos pilotos, depois Base Militar e estação de Rádio. Fotografia de A. Amaral.

SOLICITAÇÃO DE TOMBAMENTO DE SEIS PEÇAS ARQUITETÔNICAS EM PARNAMIRIM – RIO GRANDE DO NORTE – 2024 – L. C. F.

1 - TRÊS CASAS EM ESTILO FRANCÊS NA VILA DOS FRANCESES, CONSTRUÍDA EM 1927 E REUTILIZADA COMO VILA JEAN MERMOZ PELA FAB E HANGAR DOS FRANCESES.

um detalhe histórico que passa despercebido por muitos no contexto do Rio Grande do Norte, especialmente no município de Parnamirim, onde está localizado. Décadas antes de os militares norte-americanos estabelecerem suas bases na região durante a Segunda Guerra Mundial, aviadores franceses, italianos e ingleses já haviam pousado suas aeronaves em solo parnamirinense, deixando marcas tangíveis, algumas das quais permanecem intactas até hoje. Inclusive, uma aviadora norte-americana de renome, Amelia Earhart (1897-1937), pousou no local em 1937, conforme atestado por registros preservados em um prédio ainda existente em Parnamirim. Amélia Earhart figura entre as pioneiras da aviação feminina, sendo uma das primeiras mulheres a comandar uma aeronave. Earhart foi a primeira aviadora a realizar a travessia do Oceano Atlântico em 1928. Aproximadamente um mês antes de desaparecer, em 1937, ela realizou uma escala em Parnamirim, no Rio Grande do Norte, durante um voo que a levaria até Dakar, na África, em mais uma travessia transatlântica, parte de sua expedição em volta ao mundo.


O espaço que posteriormente se tornaria a Base Aérea de Natal originou-se como “Campo de Parnamirim” em 1927, na área denominada Base Oeste, próxima à linha férrea. Esse campo foi escolhido pelos franceses como ponto estratégico da rota aérea de correio para Buenos Aires. Até o presente, três edificações construídas pelos franceses permanecem preservadas com sua arquitetura original, resistindo aos 97 anos de existência. Essas construções eram a residência e escritório dos funcionários da Air France, também utilizada como estação de rádio PUY-9 da FAB.

Além disso, vestígios do HANGAR FRANCÊS e da primeira pista do Campo de Parnamirim ainda podem ser encontrados. Com a chegada dos norte-americanos, em 1942, o local foi rebatizado como PARNAMIRIM FIELD, denominação atribuída pelos militares dos Estados Unidos.


Hangar francês original localizado na Base Oeste – Fotografia (acima): L. C. F.(2017), abaixo: Fundação RAMPA.



Em julho de 1927, o francês Paul Vachet chegou a Natal com a missão de implantar um aeródromo destinado a servir a empresa de correio aéreo Latécoère. O espaço ideal para essa finalidade foi localizado a 17 quilômetros ao sul da capital. Em outubro do mesmo ano, ocorreu o primeiro voo registrado no Campo de Parnamirim, trazendo os pilotos franceses Costes e Le Brix, que participavam de um raid internacional. Embora não fizessem parte da Latécoère, foi a primeira vez que uma aeronave completou a rota África-Natal sem escalas.

O ambicioso plano francês de conectar Paris a Buenos Aires por uma rota totalmente aérea concretizou-se em 1930, quando Jean Mermoz partiu do Senegal e pousou em Natal, trazendo correio postal parisiense destinado a várias localidades da América do Sul. A rota operou até 1940, já sob o nome de Air France, quando a França capitulou perante a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.

Ainda em 1940, a empresa italiana de correio aéreo Linee Aeree Transcontinentali Italiane, LATI, estabeleceu-se ao lado dos franceses em Parnamirim, compartilhando a mesma pista de pouso. De maneira curiosa, em maio daquele ano, a Itália declarou guerra à França, mas, por cerca de um mês, as duas nações continuaram utilizando o mesmo aeródromo. Em 1941, os italianos abandonaram o Brasil, devido ao bloqueio de combustível coordenado pelos Estados Unidos, que, embora não estivessem ainda formalmente em guerra, apoiavam os britânicos e utilizavam a BASE DE PARNAMIRIM por meio de um acordo com o governo brasileiro, denominado Airport Development Program.


Portão de acesso às três construções francesas, situado de frente à linha ferroviária –  Fotografia (acima): L. C. F.(2017)

Esse acordo visava ao desenvolvimento de aeroportos no Brasil, e a construção de PARNAMIRIM FIELD iniciou-se em julho de 1941, com o verdadeiro intuito de exportar equipamentos bélicos aos aliados britânicos que combatiam no norte da África. No entanto, essa situação de clandestinidade permaneceu até dezembro de 1941, quando os Estados Unidos entraram oficialmente na guerra.

No contexto da guerra, a presença militar norte-americana em Parnamirim Field foi aceita pelo Brasil em razão do Tratado de Havana, assinado em julho de 1940. Assim, quando os militares estrangeiros chegaram, em janeiro de 1942, ocuparam o lado francês do CAMPO DE PARNAMIRIM, enquanto o hangar da LATI foi cedido ao Exército Brasileiro, que o utilizou para espionar as movimentações dos americanos. Em março daquele ano, os norte-americanos desocuparam essas instalações e assumiram a BASE DE PARNAMIRIM, cujas primeiras edificações já estavam concluídas. Em 02 de março de 1942, o governo brasileiro oficializou a criação da Base Aérea de Natal (BANT), por meio do Decreto-Lei nº 4.142, assinado pelo então Ministro da Aeronáutica, Salgado Filho, do governo Getúlio Vargas. No entanto, a ativação oficial da base só ocorreu em 05 de novembro do mesmo ano. Assim, as duas bases aéreas – a BANT e PARNAMIRIM FIELD – passaram a operar simultaneamente, com a base brasileira localizada na área que ficou conhecida como "BASE OESTE" e a americana como "Trampolim da Vitória".


Residência e escritório dos franceses, reaproveitada pelos norte-americanos (vistos na fotografia) durante a Segunda Guerra Mundial – Fotografia de domínio público.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os norte-americanos desocuparam PARNAMIRIM FIELD, que foi incorporado pela Força Aérea Brasileira. A BASE OESTE continuou como instalação militar, mas também passou a abrigar o Aeroclube do Rio Grande do Norte e o hangar oficial do Governo do Estado. Os prédios remanescentes da década de 1940 abrigaram, até recentemente, a Escola Estadual Santos Dumont, a Brigada de Incêndio e o almoxarifado.


Aspecto de uma das três residência dos franceses, com destaque para o telhado de telhas francesas, intactas –  Fotografia (acima): L. C. F.(2017)

Essas três construções remanescentes são, portanto, merecedoras de tombamento e de cuidados adequados, pois representam o berço da aviação no Rio Grande do Norte e são marcos na História do Rio Grande do Norte.


Residência dos franceses –  Fotografia (acima): L. C. F.(2017)


Escritório dos franceses num registro de 1927 – Fotografia: “História de Parnamirim”, Carlos Peixoto.

2 – CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PENHA – 1957 – BAIRRO PASSAGEM DE AREIA – PARNAMIRIM – RIO GRANDE DO NORTE

 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

A capela de Nossa Senhora da Penha foi construída em 1957, num dos bairros mais antigos de Parnamirim. Nos anos 40, por solicitação do tenente José Augusto Nunes, pioneiro e, futuramente prefeito de Parnamirim, cuja gestão se daria entre 1965 a 1970.

 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

Ele sofreu um acidente grave no Rio de Janeiro, onde residiu por determinado período. Muito católico, ele elevou suas preces aos céus, pedindo a intercessão de Nossa Senhora da Penha em favor de sua recuperação.
 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

Augusto Nunes prometeu construir uma capela exatamente no bairro Passagem de Areia, se fosse restabelecida a sua saúde e não ficasse com sequelas. Meses se passaram e ele tornou-se o mesmo homem de sempre, sem qualquer sequela. Muito feliz, ele retornou para o Rio Grande do Norte e mandou construir a capela de Nossa Senhora da Penha.
 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

Os limites do bairro foram definidos pela lei nº 783/1993. Toda essa área pertencia a um conjunto de sítios e granjas pertencentes aos senhores Osmundo Faria, Saturnino Laranjeira, Paulo Rodrigues e Aproniano Sá.

 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

O nome “Passagem de Areia” tem mais que uma versão. Uma delas diz que os antigos moradores da localidade, quando iam para o centro, alertavam quem ia de carro pela principal estrada, prevenindo-os sobre possível atolamento do veículo nos extensos areais que se espraiavam ao longo da estrada que margeia a referida localidade, fenômeno que se dava devido às chuvas e a proximidade do rio Pitimbu.

 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)
 

Nesse bairro há um grupo de remanescentes quilombolas que se estabeleceram no ponto chamado Moita Verde, no final do século XIX, oriundos da comunidade Capoeiras, de Macaíba, município vizinho.

 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)
 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)


 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

 

3 – RESIDÊNCIA DA REFFESA – DÉCADA DE 30


Residência para funcionários da antiga Estrada de Ferro – localizada na frente da linha férrea de Parnamirim –  Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

Essa residência é a única construção original que restou da História ferroviária de Parnamirim. Embora os trilhos da Great Western cortavam a localidade desde 1881, essa residência é datada dos anos 40. Foi construída para abrigar funcionários da rede ferroviária. Originalmente ela ficava atrás da estação ferroviária de Parnamirim, exatamente na frente das três casas em estilo francês, citadas acima, pertencente à FAB. A primeira estação foi demolida e construída mais adiante, tendo sido novamente demolida e construída mais adiante, sendo hoje Estação de VLT da CBTU. Essa residência permanece intacta.

4 – IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA – CENTRO DE PARNAMIRIM – RIO GRANDE DO NORTE


Igreja Matriz de Nossa Senhora de Fátima - Fotografia: Joserley C. de Souza

A Igreja Matriz de Nossa Senhora de Fátima foi criada no dia 1º de abril de 1952. Está situada no centro da Praça Paz de Deus, centro de Parnamirim.

5 – VILA DOS OFICIAIS DA AERONÁUTICA – PARNAMIRIM – RIO GRANDE DO NORTE

Construída em 1942, essa vila reúne 106 residências, todas com características originais, erguidas para abrigar os oficiais norte-americanos que passaram a se instalar na região em virtude dos desenhos da Segunda Guerra Mundial. Está localizada na Avenida Everaldo Breves, centro de Parnamirim/RN.

6 – CASARÃO DO ENGENHO PITIMBU – CASA DE VERANEIO DE MANOEL MACHADO E VIÚVA MACHADO

 Fotografia (acima): L. C. F. (2017)

Esse casarão foi construído no final do século XIX no Engenho Pitimbu. Pertencia à família Duarte e foi adquirido pelo português Manoel Machado. área rural de Parnamirim. É a construção mais antiga desse município. Era a casa para descanso de Manoel Duarte Machado e Amélia Duarte Machado, conhecida como “Viúva Machado. Eles são doadores do terreno onde foi construída a Base Aérea e onde se configurou o município de Parnamirim.


OBS, AS FOTOGRAFIAS SERÃO POSTADAS NOS PRÓXIMOS DIAS - PROBLEMAS TÉCNICOS...RRSSSS...

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Estamos diante de um tesouro histórico de tamanha grandeza, considerando se tratar de uma das mais antigas construções erguidas em terras de Parnamirim e que felizmente está preservada. E, mais que isso, é a terra que pertenceu ao homem que era dono de Parnamirim inteira quando o local era apenas mata fechada e de tabuleiro. Casa onde ele descansava e recarregava as suas baterias junto com a esposa Amélia Duarte Machado.

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Manuel Duarte Machado nasceu em Portugal (1872), filho de João Machado e d. Isabel Rodrigues Duarte. Veio para o Brasil ainda jovem, fixando residência em Natal. Pouco depois inaugurou a firma M. Machado & Cia. (por volta de 1906), na então rua do Comércio, hoje Rua Chile, na Ribeira, instalando ali uma fábrica de bebidas. Anos mais tarde instalou um armazém de estivas, “A Despensa Natalense”, tido à época como “(...) o melhor da cidade, no ramo que explorava” (ANDRADE, 1989, p. 48), o qual funcionou – segundo consta – por várias décadas, de certa forma constituindo-se em precursor dos supermercados da atualidade face a característica, singular naquele tempo, de comercializar variada gama de produtos. Também investiu no ramo imobiliário, tornando-se inclusive o maior proprietário de terras no perímetro urbano de Natal e arredores: era dono da chamada “Mata de Petrópolis”, área em frente a atual Maternidade Januário Cicco; de uma faixa de terra que se prolongava desde as margens do Rio Potengi até Macaíba; de toda a área do antigo Engenho do “Ferreiro Torto”, inclusive o solar, localizado no referido município de Macaíba; do terreno onde, hoje, se situa o Parque “Aristófanes Fernandes”, em Parnamirim; de uma fazenda no Vale do Pitimbu, além de vários imóveis comerciais e residenciais. Adquiriu (1920) um palacete – assim considerado pelos padrões da época – de Jorge Barreto de Albuquerque Maranhão, o qual fôra construído em 1910 com materiais oriundos da Europa. Nesta mansão, localizada na Praça Dom Vital, Cidade Alta (ao lado da Igreja dos Pretos), onde passou a residir, recebeu personalidades como Gago Coutinho, Jean Mermoz, Miguel Micussi e Saint-Exupéry. Doou terras para a construção do campo de pouso de Parnamirim, segundo através da intermediação de Alberto Roselli e Luís Tavares Guerreiro. Casara-se (1903) com a Sra. Amélia Duarte, mas não tiveram filhos; criaram, não obstante, um sobrinho, João de Vasconcelos Machado, advogado, jornalista, radialista e esportista de expressão em todo o Nordeste. Sua mulher ficaria popularmente conhecida como a “Viúva Machado”, de largos gestos filantrópicos. Manuel Machado faleceu no Rio de Janeiro, onde fôra se tratar de um câncer, em novembro de 1934.

Bibliografia

ANDRADE, Júlio César de. Comerciantes e Firmas da Ribeira (1924-1989): Reminiscências. Natal: Fundação José Augusto, 1989.

CARDOSO, Rejane (coordenação editorial). 400 Nomes de Natal. Natal: Prefeitura Municipal do Natal, 2000.

Jornal O Poti, edição de 10.12.1978, p. 23.

Jornal, A Verdade, Vultos da Cidade – 8, nov., 1999.

Entrevista realizada pelo CEPEJUL com Joana Micussi

 

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VIÚVA MACHADO, UMA MULHER DESCONSAGRADA – POR L. C. F. - 2016

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Amélia Duarte Machado (a "viúva Machado", em fotografia de Argemiro Lima). Essa é, de fato, a pessoa que estamos falando, pois existem muitas fotografias em grupos de internet, todas mostram outra pessoa. É o mesmo caso que acontece com Nísia Floresta, em que boa parte das imagens expostas na internet como sendo Nísia Floresta, é na verdade Isabel Gondim.

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Os alfarrábios registram uma lenda velha que até hoje causa desconforto nos adultos quando lembram da experiência de infância, ocasião em que a “Papa-Figo” poderia estar em qualquer esquina ou lugar anunciado pelos mais velhos. Contam que a “Viúva Machado” era uma “Papa-Figo”, ente sobrenatural integrante do folclore brasileiro, conhecido principalmente em Pernambuco, Bahia e na Paraíba, também associada ao "Homem do saco", mas o caso daqui é bem diferente...

 

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A lenda diz que a “Viúva Machado” tinha uma doença grave, cujos efeitos desse mal só se amenizava se ela comesse fígado de criança. Portanto, à tardinha, assim que o sol se deitava atrás do belo Potengi, que ficava de costas para a sua casa, ela se disfarçava e percorria as periferias natalenses atrás de degustar sua “iguaria” preferida. Desse modo atacava a primeira criança que encontrasse brincando em algum lugar. Logo a enfiava num saco e corria para um terreno baldio para saborear o fígado. Há muitas formas de contar essa lenda. Não tem aquela história que diz que "quem conta um conto, aumenta um ponto?". Estou contando o que ouvi e li.

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Pois bem, esse detalhe de "papa-figo", ao invés de "papa-fígado", é coisa de linguagem. Nós, brasileiros, temos essa tendência a epênteses e suarabacts. Inventaram que a “Viúva Machado” comia “figo” de criança, e não “fígado” de criança”, e assim ficou. O nome escorre até hoje nas águas do imaginário popular. A única façanha que conseguiu ofuscar a lenda, desde sua criação, chama-se “telefone celular”, pois as crianças de hoje, encantadas com esse fenômeno tecnológico, não têm mais tempo para ouvir gente velha contando história velha, nem tampouco sentem medo de malassombros. Se ouvirem a história, diferente do medo d’outrora, morrerão de rir. São capazes de mangar de quem conta. Mas no passado a coisa era horripilante. Crianças tinham pavor só de ouvir as mães gritarem: “corram para dentro de casa, senão a 'papa-figo' te leva... eu não tô nem aí pra menino teimoso”... “vem pra dentro; ontem a 'viúva Machado' levou dois caboré que tavam na rua”... As pobres crianças, decepcionadas por não mais poder deslizar na lama - e aterrorizadas - disparavam para a casa com o coração na boca. Ouvi narração dando conta de que o próprio nome  de "Viúva Machado" era usado também, pois todos sabiam se tratar da "Papa-Figo".

 

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Particularmente, entendo que os bastidores dessa lenda refletem aspectos da formação cultural – e até mesmo educacional dos primórdios da velha Natal. As mães usavam a infeliz “Viúva Machado”, ou “Papa-Figo” para amedrontar crianças, e ao mesmo tempo, ensinar que elas deveriam ficar em suas casas, quietinhas”. Era um instrumento de correção de criança. A “Papa-Figo” findava sendo uma espécie de babá imaginária, única a colocar moral nos meninos caningados, que riscavam para as ruas à primeira chance, cuja palavra da mãe e nada era a mesma coisa. É o famoso mito que disciplina, pois evocá-lo limita aventuras como brincar na rua, sujar-se de lama e outros terrores que uma mãe cuidadosa detesta.

 

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A gênese dessa lenda - pelo menos em Natal/RN - vem justamente de uma senhora real, chamada Amélia Duarte Machado, nascida em Natal em 1881, falecida com cem anos de idade. Ironicamente, viveu bastante, se julgarmos pela doença que lhe atribuíram. Teriam sido os “figos” das criancinhas esse tônico de longevidade? Originalmente, Amélia Machado era uma "Amélia da vida"... uma Amélia diferente. Não que quisesse, mas era uma simples dona de casa, até que foi levada a abolir os seus modos simplórios, típicos da maioria das antigas donas de casa de sua época. Ela precisou corresponder ao estilo lorde do marido, Manoel Machado, um português ricaço, dono de quase tudo da Natal de sua época. Ele adorava festas. Possuía grandes fazendas nos arredores de Natal, Macaíba, São Gonçalo do Amarante e Parnamirim, casas comerciais e outros negócios. É praticamente o fundador de Parnamirim. Quase isso (mas é outra história).

 

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 A Amélia, que de fato teria sido exatamente a Amélia da famosa música de Mário Lago, teve que se reinventar, tornar uma espécie de “socialite” de seu tempo, pois viu-se no dever de organizar jantares e festas para grandes empresários potiguares e de outros estados e países. De quando em vez organizava nababescos jantares concorridos pela classe ilustre da velha Natal. Não era dessas anfitriãs falantes, alegres, expressivas ao estilo Nair de Teffé. Não roubava a cena, mas associada ao marido que possuía características mais extrovertidas, desfilava naturalmente e com elegância na passarela da riqueza natalense de seu tempo.

 

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Para que o leitor imagine a dimensão de sua riqueza e entenda melhor essa menção à Parnamirim, município da região metropolitana de Natal, seus habitantes trazem na ponta da língua a história de Manoel Machado. Os livros registram a doação de uma gigantesca área naquele município, onde foi construído o “campo de avião” para receber os aviadores franceses que aportavam por aqui desde 1927. Ali surgiu o “Aeroporto Augusto Severo” e a Base Aérea de Parnamirim, e consequentemente o referido município colado a Natal. Como se sabe, os aeronautas franceses visualizaram um lugar muito estratégico para o aeroporto em Macaíba, mas os nativos pediram todo o dinheiro do mundo. O velho Manoel Machado soube da história e ofereceu de graça praticamente uma fazenda inteira. Mas esse presente pedia que tudo o que os franceses fossem comprar para as demandas daquele empreendimento, tivesse os seus armazéns como o único fornecedor. As terras desnutridas de Parnamirim não davam nada, de repente brotou dinheiro. Foi um doar que não diferiu de vender. O português, segundo contam, sabia fazer brotar dinheiro de pedra.

 

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 Inicialmente alguns comerciantes até se aproximaram dela na tentativa de se aproveitar de algum deslize, falta de experiência para comprar bens da família a preço de rapadura, mas ela surpreendeu a todos, tornando-se tão competente quanto o marido na arte da administração. Esse ponto da história da "Viúva Machado" nos associa às palavras da intelectual Nísia Floresta, quando ela dizia que a mulher podia assumir até mesmo postos da mais alta hierarquia política e militar no Brasil. Pois foi a partir dessa nova vida que a lenda da "Papa-Figo" começou a se formatar lentamente. Ao longo do tempo o imaginário popular passou a apontá-la como uma mulher má, autoritária, mandona, que judiava dos empregados etc etc etc (tipo uma Ana Jansen lá do Maranhão). Supostamente essas depreciações surgiram através dos homens de negócio da velha Natal, que queriam ludibriá-la e não conseguiam. Houve até pretendentes querendo dar o golpe do baú, mas a viúva foi indiferente aos galanteios. Nesse detalhe voltamos a associá-la à intelectual Nísia Floresta (no aspecto de se impor diante de uma sociedade machista e repleta de tabus, que menosprezava o protagonismo da mulher na sociedade). Amélia surpreendeu Natal e se tornou uma notável mulher de negócios. Era como se o seu extinto empreendedor adormecido tivesse acordado num rompante.

 

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Pois é, Manoel Machado morreu e Amélia teve que assumir o controle dos negócios da família de uma hora para a outra. Essa condição não era comum e não combinava a uma mulher, principalmente numa Natal provinciana e conservadora. Não se viam mulheres tomando a frente de negócios. Lugar de mulher era na cozinha e cuidando de casa. Negócios “era coisa de homem”. Mas para surpresa de todos Amélia se revelou uma "Catarina, a Grande" nos negócios milionários, caídos em seu colo da noite para o dia.

 

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A viuvez e o fato de ser obrigada a estar rodeada de homens de negócios, já que não existiam mulheres de negócios, colaborou com a distorção de sua imagem. Ela, que nunca roubava a cena, tornou-se a própria cena natalense. Para coroar a construção da lenda, ela nunca teve filhos e reza a lenda que fez muitos abortos. Isso despertava no imaginário popular a ideia de que ela detestava crianças, inclusive tinha o seu lado Kronos.  

 

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O magnífico palacete da “Viúva Machado” resiste ao tempo. Intacto. Fica ao lado da Igreja do Rosário dos Pretos na Cidade Alta. No cume de um morro dá vista para o majestoso rio Potengi e a velha Ribeira, caminho dos velhos armazéns onde reinou Manoel Machado e depois a surpreendente esposa. Durante muitos anos ninguém transitava pelas imediações do imponente palácio, nem de dia, nem de tarde, nem de noite. Nem para remédio. Diziam que a Papa-Figo estava de esguelha nos muros, atrás das construções abandonadas, pronta para atacar crianças descuidadas, arrastá-las para casa e extirpar-lhes o fígado (ou o figo - como diziam).

 

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Seja como for, a mansão resiste e possui beleza incomum, como mostram as fotografias. Possui gradil e estátuas provenientes da França em estilo “Art Nouveau”. O palacete foi edificado em 1910, quando a Natal experimentava grandes transformações inspiradas na arquitetura e na arte francesa. Como já mencionei, a imagem construída sobre a “Viúva Machado” se aproxima em alguns aspectos da história de Nísia Floresta, e ajuda-nos a entender o quanto o preconceito prejudicou as mulheres ao longo da história. Natal também deve pedir desculpas à dona Amélia Duarte Machado... O insigne mestre Cascudo nos diz que Natal "não consagra nem desconsagra ninguém". Bondade dele. Eis um exemplo de uma mulher que era para estar na boca de tantos palestrantes, inclusive dos atuais e famosos "coachs", como símbolo da inteligência empresarial e argúcia feminina no meado do século XX. Mas não. Transformaram-na numa coisa... num monstro. Fizeram a Amélia Machado exatamente o que Isabel Gondim fez a Nísia Floresta, transformando-a numa indecorosa - por pura inveja. E diga-se de passagem, calúnia das mais ingratas.

 

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 Pois bem, um detalhe talvez ajude a explicar nem tanto o empoderamento que acercou Amélia Machado da noite para o dia, mas a construção da “Papa-Figo”. Com a morte do marido, ela se fechou de uma hora para outra. Adquiriu para ela as palavras de Gilberto Freyre “mulher só saía de casa para casar, batizar e enterrar”. Como católica, tinha uma igreja adiante de sua casa, portanto tudo o que precisava ficava na porta de casa. Mas vamos entender isso mais adiante.

 

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Amélia Machado passou a gerir a fortuna do marido de dentro de sua casa, delegando tarefas aos parentes de extrema confiança, esquadrinhando documentos e conferindo papeladas incontinenti. Trouxe um sobrinho do Ceará e o colocou como uma espécie de gerente das propriedades rurais, exigindo prestação de contas semanais (a história de Antonio Pontes eu também conto neste mesmo blogue). O palácio de Amélia Machado tornou-se o escritório das empresas "Manoel Machado". Ela visitava as empresas de surpresa. Seu olhar e as poucas palavras que usava, associadas ao aspecto sisudo, funcionavam como a mais poderosa das empresárias. De fato isso devia ser estranhíssimo para uma sociedade que enxergava a mulher como um ser inferior.

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O tempo foi passando, e por ironia do destino Amélia Machado foi acometida por uma doença rara. Assim contam. Seu crânio experimentou lentamente uma sutil deformação e consequentemente as orelhas se tornaram maiores. Se essa informação procede, é possível que ela tenha sofrido de "Síndrome de Treacher Collins", distúrbio genético deformador da caixa óssea, inferindo na aparência das orelhas. Assim como reconhecemos com facilidade a síndrome de Down, ocorre o mesmo com tal síndrome. Há um padrão na aparência de quem é acometido por ela.

 

Especialistas explicam que a doença deforma as orelhas, pálpebras, as maçãs do rosto, maxilar inferior e superior. Mas é algo externo, sem danos para a sanidade mental da vítima. Então, já velha, Amélia Machado de fato se aquietou enclausurada, lúcida e sabedora dessas histórias que com certeza lhe incomodavam e reforçavam esse enclausuramento. Não aparecia nem na janela. Nunca mais pisou na igreja. Isso bastou para que as raras pessoas que a vissem sentissem pavor. Para agravar a situação, alguns empregados deixavam vazar detalhes sobre seus hábitos reclusivos e a aparência deformada, contribuindo para que a lenda chegasse ao ápice. Mas tudo acaba. Amélia Machado faleceu na década de 1981, aos cem anos de idade. A lenda permaneceu intensa até a década de 90. Hoje não é mais contada com o seu sentido original, mas apenas como curiosidade. Espécie de turismo folclórico, se assim posso dizer.

 

Sempre nutri vontade de conhecer o tão falado palacete. Moro próximo, mas nunca havia ido ali contemplá-lo, como costumo fazer quando vejo velhos casarões. Creio que não há quem não admire essas casas velhas e belas. Particularmente passo meia hora olhando e analisando cada detalhe. Coisa de amante de velharias. Fui com o meu filho Fídias, o qual se encantou com o visual da "Casa da Viúva Machado". 

 

De fato é uma bela construção, rica em detalhes e cercada de flores... mas... não posso negar... a imponência e o fato de estar envolta em plantas, é possível sentir uma aura de mistério, fruto da cultura construída em nós sobre os prédios antigos e sobre a história de sua ex-moradora. 

 

Parece que os atuais proprietários (que não são mais da família Machado) não apreciam abrir as portas frontais da residência com frequência. Usam a entrada lateral. Vizinhos contam que raramente eles abrem as janelas. Um empregado que varria a calçada, contou-me, monossilabicamente, que eles não gostam muito que liguem o casarão à velha lenda. É como se ali ainda residissem familiares dos "Machado". OBS. SEGUE, ABAIXO, COMO CURIOSIDADE, FOTOGRAFIAS DO PALACETE DA VIÚVA MACHADO, EM NATAL, RESSALVANDO QUE O MESMO É UMA PEÇA DISTINTA DO CASARÃO DO ENGENHO PITIMBU.

 

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Observe como a sua casa era próxima da igreja.

 

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Aspecto da síndrome de Treacher Collins - Fonte: https://revistaglamour.globo.com/Na-Real/noticia/2015/04/casal-e-criticado-por-permitir-que-filha-nasca-com-sindrome-rara.html

 

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Parnamirim nasceu com a doação de uma imensa área, por parte do milionário Manoel Machado.

ABAIXO

Durante a Segunda Guerra Mundial, Amélia Machado se tornou a principal fornecedora de equipamentos, ferramentas, serviços e até mesmo com o poder de empregar pessoas conhecidas numa cidade que se tornaria um canteiro de obras, por nome de Parnamirim. Tudo rigorosamente supervisionado pelos militares norte-americanos que exerceram uma influência incomum a Natal desse período.

 

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Presidente Getúlio Vargas e o Presidente Roosevelt em Natal - 1942

 

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LUÍS CARLOS FREIRE

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