EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS - INCLUARTES - NA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA DE PARNAMIRIM/RN...


Hoje, na Secretaria Municipal de Cultura de Parnamirim/RN, as estantes de partituras foram adornadas com belas telas pintadas por alunos das oficinas de pintura do projeto INCLUARTES, sob a coordenação da Srª Mariinha Vidal, inclusive  alguns participantes são pessoas com deficiências múltiplas. Desse modo, as Artes Plásticas soaram como música aos olhos daqueles que se permitiram viajar nas asas desse belo projeto apoiado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB). As obras participaram de um concurso, e fui agraciado como um dos jurados - com a grande dificuldade de escolher apenas três trabalhos dentre tanta beleza.

A PNAB, instituída pela Lei nº 14.399, de 8 de julho de 2022, tem como objetivo fomentar a cultura em todos os estados, municípios e no Distrito Federal. A Aldir Blanc representa uma oportunidade histórica de estruturar o sistema federativo de financiamento à cultura, mediante repasses da União aos demais entes federativos de forma continuada.

Srª Mariinha

Diferentemente das ações da Lei Aldir Blanc 1 e da Lei Paulo Gustavo (LPG), de caráter emergencial, os projetos e programas que integram a Política Nacional Aldir Blanc receberão investimentos regulares. Os recursos podem ser direcionados a editais de fomento ou à realização de ações diretas pelos entes federativos, como festejos e festas populares, aquisição de bens culturais, construção e manutenção de espaços culturais, entre outras iniciativas voltadas a fomentar a cultura local.


Estão de parabéns tanto a sra. Mariinha - por dar visibilidade a tantos talentos e inspirar-lhes o gosto pela arte - quanto os alunos, por estarem aprendendo um delicioso passatempo, uma terapia e, por que não, uma profissão, pois a prática conduz ao aprimoramento. Com certeza, desse projeto nascerão grandes artistas que, amanhã, exporão em nossas galerias.

Também está de parabéns a Secretaria Municipal de Cultura de Parnamirim (SEMUC), representada pelo gestor Thiago Cartaxo e por sua adjunta, Natália Chagas, por oportunizar à comunidade, inclusive centenas de pais e alunos das oficinas de arte da SEMUC, a contemplação da exposição, tornando visível o talento de novos artistas parnamirinenses.

 





















  


ESSA FOI A MINHA REDAÇÃO NO ENEM...

"Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira"

Quando adolescente, mesmo que não tenha sido intencional, mas algo da minha índole, somado ao que aprendi com os meus pais sem que os mesmos fossem pessoas religiosas - os quais respeitavam muito os idosos e os acolhiam sempre - fez com que eu aprendesse a enxergar o envelhecimento como uma dádiva. Enquanto outros meninos preferiam única e exclusivamente brincar na rua ou correr sem rumo, eu também era assim, mas não me privava de buscar as sombras tranquilas das varandas onde os mais velhos gostavam de se sentar.

Sempre enxerguei os velhos: seja no banco da praça, no banco de suas residências, andando nas ruas… onde estivessem, eu os enxergava. Sempre os vi como fontes inesgotáveis de sabedoria, conselheiros atentos, detentores de histórias que pareciam saídas de livros quando eu os interrogava, curioso, ávido por saber o que eles viveram no passado.

Passei horas - dias, meses até - conversando, ouvindo, rindo, admirando, anotando causos, lendas, ensinamentos e lembranças. Sempre gostei de História Oral, certamente influenciado pela mesma sensibilidade de Ecléa Bosi, que passou a vida escrevendo histórias de velhos, assim como também a grandiosa Hildegardes Vianna.

Nesses empreendimentos, eu visitava alguns idosos inúmeras vezes, retornando quantas fossem necessárias, porque alguns estavam mais esquecidos e iam se lembrando aos poucos; e cada visita era uma descoberta.

Esse respeito profundo pelos idosos moldou a minha vida. Aprendi, desde cedo, a enxergar as coisas de forma diferente. Eu os tratava com muito carinho e respeito, porque entendia que suas histórias sintetizavam décadas de existência, e tudo o que diziam era pautado em fatos, o que, para mim, servia de ensinamento. Eram histórias que eu não encontrava em nenhum livro.

Ontem, ao completar 58 anos e estar a dois anos da idade oficialmente considerada idosa, observo que o cenário atual envolvendo jovens e idosos não é o mesmo que eu via no passado. Pois, embora nem todos os meus amigos fossem iguais a mim, era mais comum ver pessoas parecidas comigo, se comparado ao presente. Não vejo mais jovens que se pareçam com o Luís Carlos que um dia fui. Não porque “os tempos são outros” ou porque “os interesses mudaram”, como muitos poderão querer justificar, mas porque a educação - salvas as exceções - tem moldado gerações mais indiferentes, apáticas e, por vezes, hostis.

Somado a essa realidade, temos o aparelho celular que, por mais que também seja um instrumento precioso de comunicação, transformou-se num equipamento que isola a todos. Os jovens vivem mergulhados na tela, incapazes de erguer os olhos para dar atenção a qualquer pessoa, e, quando essa pessoa é idosa, ela é invisível. Tornaram-se ensimesmados; o mundo real, as pessoas de carne e osso foram substituídas por pessoas que talvez nem existam. A inteligência artificial substitui o raciocínio, a emoção, o diálogo, o calor humano. E parece até mais atrativa, criando um mundo paralelo. E nesse mundo fútil não há espaço para idosos; portanto, resta-lhes a indiferença e a naturalização do abandono.

Hoje é muito comum vermos idosos deixados em abrigos, sem visita da família, esquecidos em quartos silenciosos, confinados nos fundos dos quintais, invisíveis ao cotidiano doméstico, como se fossem coisa. Mal os filhos e netos lhes dirigem palavras. Muitos são explorados financeiramente; suas aposentadorias se transformaram em cofres particulares de filhos e netos. A violência física e psicológica, a falta de alimentação adequada, a ausência de medicação e até o encarceramento dentro do próprio lar tornaram-se comuns. Esses fatos, muitas vezes silenciados por vergonha ou medo, revelam não apenas a vulnerabilidade extrema da velhice, mas a fragilidade moral de uma sociedade que deveria proteger seus anciãos.

Acredito que as instituições públicas e privadas devem desenvolver campanhas mais específicas e contínuas sobre o respeito à pessoa idosa. É urgente que as escolas trabalhem, desde cedo, a temática do envelhecimento. As crianças precisam aprender que os idosos não são estorvos, mas pilares; não são inúteis, mas referências; não são fardos, mas ancestrais que nos antecederam e nos sustentam através da memória coletiva. Desde cedo, as crianças precisam compreender que envelhecer é o destino comum a todos nós, e que a forma como tratamos os que chegaram lá antes de nós define o tipo de sociedade que estamos construindo.

Educar as crianças e jovens para o respeito aos idosos não é apenas uma questão ética: é um investimento no próprio futuro. Afinal, o que todos desejamos é que, ao envelhecermos, encontremos cuidado, dignidade e amor, e não um cenário marcado por violência e abandono, como o que está tão comum atualmente.

Hoje estou quase um idoso - segundo o que está disposto no sistema -, e já começo a perceber que não existem mais os Luís Carlos que fui, e fico imaginando o que está acontecendo com o mundo quando eu, que fui essa pessoa tão respeitosa com os idosos, que dei tanto sentido às suas vidas, hoje vejo pouquíssimo sinal desse respeito. Infelizmente.
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OBS. Na verdade, eu não participei do ENEM. Apenas me chamou a atenção o tema “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, pois veio a calhar. É um assunto que venho trabalhando há anos com as pessoas comuns no meu cotidiano. Então aproveitei para escrever essa redação e expressar o que penso. Se o tivesse feito, essa seria a minha redação...

NÃO EXISTEM RELIGIÕES MELHORES OU SUPERIORES - EXISTEM RELIGIÕES DIFERENTES...

 


REPÚDIO...

É com profunda indignação e revolta que tomo este espaço para refletir - e gritar - sobre o episódio absurdo ocorrido na EMEI Antônio Bento (zona oeste de São Paulo), onde agentes da Polícia Militar do Estado de São Paulo entraram, armados - inclusive com metralhadora - em uma escola infantil após a queixa de um pai de que sua filha, de apenas quatro anos, havia desenhado uma figura da divindade Iansã durante uma aula integrada ao currículo escolar.

Esse tipo de atuação policial - truculenta, desproporcional, desumana - não pode ser visto como exceção ou uma fatalidade. É sintoma grave de uma lógica de opressão cultural, racial e religiosa que persiste no Brasil. E justamente agora, às vésperas do DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA que - coincidentemente é a data do meu aniversário - ele se torna redobrado em sua simbologia e urgência.



Desde a colonização, o que veio da África foi criminalizado, demonizado, apedrejado, literalmente. As religiões de matriz africana sofreram séculos de perseguição, estigmatização, invisibilização. O Brasil, inclusive, tem população majoritariamente negra, e ainda assim vemos o comportamento horroroso e - pasmem - tão comum - onde as práticas religiosas afro-brasileiras são tratadas como desvio, ameaça, imoralidade.

Ver uma criança desenhar Iansã (uma entidade sagrada em tais religiões) transformar-se em razão para a polícia invadir uma escola como entrasse num teatro de guerra é a evidência concreta de que, mais que preconceito, há ódio ao que vem dos povos pretos do Brasil.
A normalização desse tipo de violência é inadmissível. Que sociedade tolera que uma escola infantil, ambiente de proteção à infância, seja palco de intimidação armada por atividade pedagógica legítima?

Vale lembrar que as leis brasileiras já exigem: a Lei 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira em todas as escolas, públicas e privadas. E a Lei 11.645/2008 ampliou este dever para incluir também a história e cultura dos povos indígenas. Em outras palavras: O ESTADO JÁ RECONHECE, LEGALMENTE, QUE O ENSINO SOBRE AS CULTURAS NEGRAS E INDÍGENAS TEM A MESMA IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE QUALQUER TRADIÇÃO RELIGIOSA OU CULTURAL - INCLUSIVE CRISTÃ.

Então: por que, no cotidiano de uma escola, uma atividade lúdica de desenho acerca de uma entidade de religião afro-brasileira se transforma num momento de terror? O que explica que, nas escolas, o ensino do cristianismo ou de ícones como Nossa Senhora Aparecida jamais virasse motivo para polícia entrar aos trancos e barrancos, mas a representação de Iansã vira? Se fosse o desenho de Nossa Senhora Aparecida (que merece todo respeito) o pai teria chamado a polícia? A polícia teria invadido com metralhadora?


Imaginem o que se passou na cabecinha dessa criança de quatro anos ao ver quatro agentes armados entrando em sua escola por causa de um desenho que ela fez. Isso é bizarro. É de uma monstruosidade imperdoável. O impacto psicológico, emocional, coletivo - entre crianças, educadores, famílias - se transformou em memória afetiva, com toda certeza. E que memória afetiva!.

A mensagem que foi enviada, sem palavras, é a seguinte: “APRENDER SOBRE RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA É CRIME, PODE LEVAR À POLÍCIA. PODE LEVAR AO MEDO. PODE LEVAR À VIOLÊNCIA.” Foi esse o ensinamento.

Tudo isso gera um efeito duplo: ao mesmo tempo, criminaliza a própria cultura afro-brasileira (e seus símbolos), e transmite às crianças negras (e não só) que sua cultura, suas crenças, são ilegítimas, problemáticas e ameaçadoras. E isso não é um caso isolado: é a forma mais estúpida do reflexo da estrutura de racismo religioso e cultural do país.

As leis existem, mas não basta terem sido aprovadas. A implementação segue falha. Recentemente li que grande parte das secretarias municipais de educação do Brasil realizam pouca ou nenhuma ação para fazer valer a Lei 10.639/03. Ou seja: enquanto o arcabouço legal está lá, o ambiente social e institucional permanece hostil. Por quê? Ora! Por preconceito.

Recentemente, na Câmara de Vereadores de Parnamirim, um vereador agradeceu a Deus pelo fato de que não foi aprovado pela casa o "Dia do Preto Velho" Preto-velho – Wikipédia, a enciclopédia livre proposto por pessoas que seguem religiões de matrizes africanas. E o mais louco é que foi aprovado por eles a "Frente Parlamentar evangélica". O que é isso senão preconceito religioso?

Pois bem, a escola onde ocorreu a invasão armada informou que a atividade fazia parte do “currículo antirracista” da rede municipal de São Paulo. Isto reforça a indignação: se esse é o tipo de reação que se obtém mesmo quando se busca implementar a lei, quanto mais quando as temáticas são tratadas com negligência ou invisibilidade?

Não se trata apenas de “medo de religião” ou “diferença de crença”, trata-se de racismo religioso: o ódio ou menosprezo dirigido às religiões de matriz africana, associado corriqueiramente a processos de deslegitimação cultural. O fato de uma escola e uma família reagirem com esse nível de violência perante um desenho de Iansã revela que, sim, existe esse “asco” às religiões dos pretos. É estrutural.

Essa truculência jamais explica o que quer que seja. Não existe qualquer justificativa pedagógica ou de segurança que legitime a entrada de policiais armados em escola infantil por causa de um desenho. Nesse gesto horroroso encontra-se o símbolo maior de que 500 anos de apedrejamento simbólico e real ainda estão presentes com intensidade.

Estamos no século XXI, e ainda precisamos reafirmar que religiões de matriz africana não são "menos", não são “erradas”, não são “problemáticas”. Elas são tão diferentes quanto o budismo, o islamismo, o judaísmo, e merecem o mesmo respeito, a mesma legitimidade, o mesmo espaço nas escolas.

Que esse episódio seja um alerta: à comunidade escolar, ao poder público, à sociedade civil. O ensino antirracista não é opcional; a valorização da cultura negra não pode mais ser empurrada para “atividades complementares”; e cada vez que uma criança recebe a mensagem de que sua cultura pode levar polícia à escola, o dano é enorme.

Não devemos aceitar esse tipo de massacre cultural sob nenhuma circunstância. A vida e a dignidade das crianças - especialmente das crianças negras - exigem respeito, proteção, pluralidade. E o Brasil, país de maioria negra, exige isso agora. Lembrem: Isso não foi um acidente, foi o padrão do tratamento dado aos povos pretos do Brasil. E tudo piora quando sabemos que há poucos dias o Governo Federal transformou em feriado o Dia da Consciência Negra que – pasmem – é amanhã. Uma vergonha!

A Criação da Academia de Letras e Artes de Parnamirim: Um Pilar Erguido em Nome da Cultura

Professora Francisca Henrique fez um discurso marcante.

No dia 10 de novembro de 2025, Parnamirim/RN viveu um marco histórico: a fundação oficial da Academia de Letras e Artes de Parnamirim (ALEARP). Idealizada e conduzida pela professora e empresária Francisca Henrique, proprietária do Colégio PH3, do Mappen Bear e da Escola Yázigi de Inglês, a solenidade ocorreu no prédio do Yázigi, situado no próprio Colégio PH3. O evento reuniu autoridades municipais, estaduais, representantes do universo cultural potiguar e expressivos nomes da educação local, revelando a magnitude de uma iniciativa que inaugura uma nova fase para a cultura parnamirinense.

Daliana Cascudo - Diretora do Instituto Ludovicus

Desde o princípio, a proposta da professora Francisca Henrique ergue-se como um pilar – metáfora e compromisso. A criação da ALEARP representa um alicerce cultural sólido, construído com visão e persistência, destinado a fortalecer a memória intelectual do município. Ao longo dos anos, Francisca ofereceu flores à cidade por meio de gestos cívicos, ações educativas e apoio a projetos culturais. Flores são belas, mas efêmeras; hoje, porém, ela oferece ouro: a fundação de uma instituição duradoura, formada por escritores, artistas, pesquisadores e pensadores. Um presente que não se dispersa no tempo, mas que se consolida a cada geração.

Escritor Francisco Martins

Parnamirim sempre abrigou inúmeros talentos — poetas, artistas visuais, músicos, educadores e produtores culturais —, mas lhes faltava uma casa institucional, um espaço de encontro, reconhecimento e fomento. A ALEARP nasce justamente para suprir essa lacuna, assumindo a nobre missão de congregar, valorizar e projetar o que o município produz de mais precioso: sua expressão artística e literária.

Professora Terezinha Martins, Imortal da ALEARP, autora do Hino de Parnamirim

Para compreender a relevância do momento, recorda-se a criação da Academia Norte-Riograndense de Letras, em 14 de novembro de 1936, com a presença de grandes nomes como Luís da Câmara Cascudo. Entre aquela fundação e a de Parnamirim, decorrem 89 anos. Quase nove décadas se passaram até que a cidade ganhasse sua própria instituição literária e artística, deixando de ser apenas receptora de manifestações culturais e tornando-se protagonista institucional delas.

Professora Francisca Henrique e o Imortal Ismael Dumang, poeta, compositor e letrista.

O discurso inaugural de Francisca Henrique, marcado por emoção, destacou o papel transformador da arte, da literatura e da educação. De forma especial, prestou homenagem à sua mãe, descrita como mulher visionária, íntegra e incansável. Àquela que foi sua maior incentivadora e exemplo de vida, ela ofertou a honra de nomear a cadeira que ocupará na Academia — gesto simbólico, profundo e repleto de afeto.

Imortais da Alearp

A expectativa agora é que a ALEARP se torne um espaço vivo: palco de lançamentos de livros, exposições, debates, oficinas, recitais, rodas de leitura, encontros de formação e difusão cultural. Um farol intelectual que inspire jovens, reconheça talentos e fortaleça o protagonismo artístico de Parnamirim.

Francisca Alves da Silva Henrique, presidente da Alearp

A fundação da ALEARP é, portanto, um presente de grandeza incomparável. Não um presente que se recebe com as mãos vazias, mas com o compromisso coletivo de preservar, participar, somar e construir. Uma cidade que investe em cultura investe em identidade, em pertencimento, em futuro.

Vereador Thiago Fernandes falando aos imortais

Hoje, Parnamirim ergue este pilar. E este pilar tem nome: Academia de Letras e Artes de Parnamirim. Que seja firme. Que seja generoso. Que perdure. E que a cidade saiba corresponder ao seu valor.


COMPOSIÇÃO DA ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE PARNAMIRIM – ALEARP

Cadeira nº 1: Francisca Alves da Silva Henrique (Patrona: Regina Alves de Andrade)

Cadeira nº 2: Mona Lisa Gracy de Moura Machado (Patrona: Anna Maria Cascudo Barreto)

Cadeira nº 3: Flauzineide de Moura Machado (Patrona: Aldenita de Sá Leitão)

Cadeira nº 4: Heloísa Henrique Alves Silva da Costa (Patrona: Salizete de Freire Soares)

Cadeira nº 5: Kerlycia Morgana de Moura Machado (Patrono: Luís da Câmara Cascudo)

Cadeira nº 6: Gercina Dalva da Silva Santos (Patrona: Joana Alves de Lima)

Cadeira nº 7: Maria Gorete Macedo e Silva (Patrona: Maria Macedo Xavier Silva)

Cadeira nº 8: Gilvânia Machado (Patrona: Zila da Costa Mamed)

Cadeira nº 9: José de Castro (Patrona: Myrian Coeli)

Cadeira nº 10: Ana Catarina Silva Fernandes (Patrona: Palmyra Wanderley)

Cadeira nº 11: Ana Maria de Moura (Patrona: Nísia Floresta Brasileira Augusta)

Cadeira nº 12: João Batista de Almeida (Patrona: Ivanildo José da Silva)

Cadeira nº 13: Paulo Roberto de Souza (Patrono: Francisco Berilo Pinheiro Wanderley)

Cadeira nº 14: Leônia Maria Souza Freitas Sá de Oliveira (Patrona: Vitória dos Santos Costa)

Cadeira nº 15: (…)

Cadeira nº 16: Monaline Ferreira Lopes (Patrona: Pedro Ivo Ferreira Lopes)

Cadeira nº 17: Terezinha Martins da Silva (Patrona: Auta de Souza)

Cadeira nº 18: Irandi Macedo Dantas Pinto (Patrono: José Alves Pinto Júnior)

Cadeira nº 19: Francisco Martins Alves Neto (Patrono: Raimundo Nonato da Silva)

Cadeira nº 20: Ismael Alves de Araújo (Patrono: Almir Padilha)

Cadeira nº 21: Célia Maria Lins de Melo (Patrono: Alberto Barros da Rocha Júnior)

Cadeira nº 22: Walquíria Vidal Ribeiro (Patrona: Diulinda Garcia)

Cadeira nº 23: Paulo Gabriel Batista de Melo (Patrono: Augusto Severo de Albuquerque Maranhão)

Cadeira nº 24: (…)

Cadeira nº 25: (…)

Cadeira nº 26: (…)

Cadeira nº 27: (…)

Cadeira nº 28: (…)

Cadeira nº 29: (…)

Cadeira nº 30: (…)

Cadeira nº 31: (…)

Cadeira nº 32: (…)

Cadeira nº 33: (…)

Cadeira nº 34: (…)

Cadeira nº 35: (…)

Cadeira nº 36: (…)

Cadeira nº 37: (…)

Cadeira nº 38: (…)

Cadeira nº 39: (…)

Cadeira nº 40: (…)

Dezessete cadeiras permanecem inominadas, aguardando novos escritores, artistas e pesquisadores, cuja assunção se dá mediante regras e critérios dispostos no Estatuto da Alearp. Após o preenchimento das 40 cadeiras - que é o número-limite - as novas admissões ocorrerão somente com a morte de um imortal.

AUTORIDADES E PERSONALIDADES PRESENTES À SOLENIDADE

Vereadores:

Eurico da Japão

Thiago Fernandes

Carlos Augusto Maia

Professores:

Oziene Paiva

Nestor Lima

Raimunda Basílio

Miquias Basílio

Representantes de instituições culturais:

Flauzineide de Moura – Presidente da ALAMP

Geraldo Azevedo – Presidente da UBE

Daliana Cascudo – Coordenadora do Instituto Ludovicus

Marise Mamede (irmã de Zila Mamed)

Luís Carlos Freire - Semuc

Familiares de Patronos:

Marise Mamed

Daliana Cascudo

Armando Padilha

Cristina Silva


Ana Catarina Fernandes - Escritora, professora e artista plástica

Escritor José de Castro



Poeta Gilvânia Machado


OBS. Conforme receber as fotografias de cada imortal, postarei a seguir...

A MORTE IGUALA A TODOS...

 

  • FINADOS 
     
    Nascer é uma graça, um encanto. Deixamos o útero quentinho, confortável, pleno de proteção - onde o bom durou pouco - e ganhamos o mundo onde tudo é novo - que durará incomparavelmente muito mais tempo. Na realidade, o mundo também é um útero gigante, no qual teremos a mãe que nos gerou, mas nem sempre ela estará próxima de nós. O mundo oferecerá perigos que não conhecíamos quando o útero materno nos abraçava. Um dia a mãe se encantará para sempre. O mundo é essa máquina sem sentimentos, mas é o único útero que restou para nos abraçar.
     
    Dia desses estive no cemitério e constatei uns detalhes que normalmente passam despercebidos. Vi o túmulo de um poderoso político enterrado ao lado de seu maior inimigo (ambos morreram sem se falar). Desviavam de calçada quando se viam. Com mais alguns passos li o epitáfio triste de um casal conhecido na região: uma senhora muito poderosa, falecida de um acidente grave e seu segundo marido descansavam para sempre. Logo atrás de seu túmulo estava sepultado o primeiro marido de tal senhora. O relacionamento com ele não prosperou por ser violento. Em vida, foram grandes inimigos.
     
    Um dos túmulos mais diferentes do campo santo era de um ex-prefeito. Foi amante de uma famosa prostituta, dona de um rico bordel. Parece que toda a beleza do mundo havia presenteado essa mulher. A esposa legítima comeu o pão que o diabo amassou no meio dessa história. Separaram-se já idosos e com netos. Foi um escândalo na pacata cidade que se alimentava de fofocas. A esposa foi morar com o filho mais novo em outro município. Por ironia do destino, o túmulo do seu ex-marido ficava ao lado do túmulo de sua amante. Terminaram juntos. Juntos e iguais.
     
    Logo à esquerda, estava a lápide de uma famosa miss, sepultada ao lado de uma vizinha de infância. Ambas passaram a vida trocando farpas. Eram duas das mais belas mulheres da cidade. Morreram idosas, mas como inimigas ferrenhas devido às peças da vaidade. Nunca tomaram uma xícara de café temperado a pão com manteiga, jogando conversa fora… nunca entre elas houve um encontro para um chá, um café, um almoço...
     
    No centro do “campo santo” jazia um mausoléu imponente... chamava a atenção (tinha até lustre e peças de porcelana). Nele “descansava” um dos fazendeiros mais ricos do município. Estava cercado por outros falecidos cheios de brasões, mas ferrenhos inimigos quando andavam pela terra (brigavam por divisas territoriais, gado, disputa de prêmios e outras coisas mais).
     
    Próximo deles, jazia a cripta de um belo jovem, assassinado há muitos anos por um desafeto. O assassino estava sepultado à sua direita, pois se matou após cometer a fatalidade. Embora a família não admitia, populares davam conta de que ele deu cabo à vida do desafeto por cobiçar a sua beleza, cujas moças tanto enaltecem. O assassino também foi um belo homem, mas se perdeu em sua síndrome de madrasta de Branca de Neve.
     
    A imponência de um mausoléu frontal também roubava a cena. A réplica de “Pieta” contrastava com a realidade do morto, homem que não teve piedade nem da mãe. Era um poderoso milionário. Contavam de uma boca à outra que em vida ele mandava açoitar qualquer pessoa que adentrasse as suas terras. Era avaro. Não dava esmola nem para remédio. Foi famoso por suas perversidades. Seu túmulo se divisava com o seu maior opositor, um homem que conseguiu enfrentá-lo algumas vezes, quando este oprimia alguém. Isso deu origem a dois inimigos ferrenhos.
     
    Num canto mais descuidado, exatamente na raia que divisava a classe abastada da humilde, jazia a sepultura tosca do “Seu Tuca”, um senhorzinho que passou pela vida sem ser visto por quase ninguém. Morreu igual nasceu. Seu túmulo era uma espécie de leirão com restos de velas, restos de coroas, restos de santos de gesso quebrados. Justamente ao lado dele estava erguido uma cripta que mais parecia uma capela, na qual dormia um defunto que fora milionário, prepotente, soberbo, preconceituoso (aqui para nós, detestava pobre). Se antes de sua morte soubesse que seria vizinho de "Seu Tuca", teria comprado um cemitério pessoal - só para ele.
     
    E assim fui me dando conta desse rosário de mortos que, quando vivos, alimentam incontáveis diferenças. Mas, ali, mortinhos da Silva, estavam lado a lado, como se tivessem sido grandes amigos durante a vida. Vivos, queriam distância. Mortos, tornaram-se vizinhos.
     
    Não havia hostilidades no cemitério. Não havia mais diferença entre eles, exceto as alvenarias, os mármores, os bronzes, os leirões – fruto das vaidades dos que ficaram. Debaixo da terra, tudo era igual...Os homens que eram tudo, viraram nada, e os que já eram nada, tornaram-se iguais aos que eram tudo.
     
    Interessante a questão das diferenças econômicas, culturais, educacionais etc. A política, por exemplo, separa boa parte das pessoas, tornando-as inimigas ferrenhas. As exceções são raras. Muitas vezes os protagonistas até se davam bem antes de seus posicionamentos políticos partidários, se admiravam, se respeitavam, mas justamente a política - que deveria fazer o contrário - os separou. Foi o bastante para um dizer para o outro: “você pensa diferente de mim, então fique lá que eu fico cá”.
     
    Algumas pessoas, principalmente em lugares interioranos, conservam um contorno mais denso desses desenhos de “malquerença”. Há casos até de se evitar ambientes onde o opositor está. E quando se busca o motivo – vejam que besteira: POLÍTICA.
     
    O cemitério descortinou uma variedade de tipos humanos inimigos, ou que se antipatizavam, tolerando-se apenas em enterros de conhecidos. A grande ironia é que no final do final, finaram juntinhos. Creio que se eles ressuscitassem, ficariam fulos da vida. Diriam: “Por que me enterrou ao lado desse diabo?”
     
    Mas isso é só imaginação de gente viva. Na realidade não há mais como propor mudança de túmulo, reclamar propriedade, discriminar pobres, brigar por herança, exigir o que quer que seja. Não tinha mais sentido diferenças políticas, ciúmes, iras... até mesmo não ter dado esmola não fazia mais sentido… Estavam mortos!
     
    Analisando, percebi que a morte, sim, é poderosa. Aliás, é prodigiosa também. Ela iguala. Você já viu um esqueleto humano diferente do outro? A morte, como num passe de mágica, iguala tudo por debaixo dos túmulos que porventura insistirem em defender classes sociais. De nada adiantou escarrar títulos acadêmicos como se fosse mais importante até mesmo que o verdadeiro conhecimento, ou que significasse o maior valor humano. É em vão. De nada serviu dizer que possuía dez mil cabeças de gado… acabou!
     
    Você pode até detestar ou temer a morte, mas um dia ela será sua eterna amiga, e o fará igual a todos. A morte, só ela, possui essa façanha. Para quem veio de um útero quentinho, confortável, cheio de amor, e desfrutou a graça de viver décadas, finalizar-se num buraco frio de sete palmos, tapado por terra e pedregulho, ou uma caixa de cimento cheirando a mofo antigo - repleta de baratas, ratos, escorpiões - partimos em estado precário.
     
    Se, diferente das delícias do útero-materno, o útero-mundo foi ou não ruim, é bom lembrar que o útero-túmulo é caos. Mas, também, de que importa? Vale a pena estar aqui dificultando tudo? Não seria melhor dedicarmos a nossa vida a bem do próximo  ? L.C.F. Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), membro da Comissão Norte Rio-Grandense de Folclore 

RESULTADO DO CONCURSO INTERNACIONAL DE DESENHOS PROMOVIDO PELO LIONS INTERNACIONAL COM O TEMA "JUNTOS SOMOS UM"...

  LIONS INTERNACIONAL - CONCURSO INTERNACIONAL DE DESENHOS "JUNTOS SOMOS UM"... Tendo sido jurado desse importante concurso intern...