O QUE AS AMEAÇAS À PREFEITA NILDA CRUZ NOS ENSINAM...

 

Imagem: Blog do Washington

O QUE AS AMEAÇAS À PREFEITA NILDA CRUZ NOS ENSINAM...

Antes de ontem o Rio Grande do Norte assustou-se com notícias repugnantes de ameaça de morte por perfil de Whatsapp (DDD 01), feitas à professora Nilda Cruz, prefeita de Parnamirim, definindo o ataque até dez dias. As mensagens são carregadas de preconceito, ódio e estereótipos. Assinados por “Grazi Suprema”, os ataques são fortes e desagradáveis. Curiosamente a pessoa informa que possui problemas mentais, alegando que, diante do seu possível crime, não receberá punição por tal condição psíquica, e encerra com letras garrafais, enfatizando injúrias raciais.

No bojo das mensagens lemos expressões como “vou entrar atirando” e que “vai matar o máximo de negros, viados, bichas e macumbeiros que encontrar pela frente”.

A população está chocada. Alguns acreditam que tais ataques podem ser de alguém que ainda não lhe tenha permitido cair a ficha de que Nilda Cruz foi eleita num pleito legítimo e democrático, venceu e encontra-se exercendo o seu mandato. Quando consideramos aspectos, por exemplo, de que Parnamirim é um município com características patriarcais, observando-se com facilidade nuances de misoginia, as antenas devem ficar ligadas. Há quem cogita a possibilidade disso ser uma vingança de alguém tomando as dores decorrentes de uma fatalidade ocorrido com a prefeita. Recentemente ela voltava de um evento em Mossoró e o carro se envolveu num acidente na BR, culminando com morte de um bebê. Ela externou publicamente a sua solidariedade e se colocou à disposição para ajudar a família. Ninguém almeja fatalidade e todos estamos sujeitos. 

A expressão “vou entrar atirando” é dúbia a partir do momento que o autor da mensagem diz que sofreu bullyng. Dentre essas pessoas, algumas querem se vingar do mundo. Entrar atirando aonde? É dito que “vai matar o máximo de negros, viados, bichas e macumbeiros que encontrar pela frente”. Onde é possível encontrar perfis humanos tão diferenciados num único lugar que não seja numa escola? A mensagem sublimar é que o (a) ameaçador (a) pode invadir uma escola a qualquer momento. E quem sabe se ela está planejando tudo com mais pessoas? A Prefeitura Municipal de Parnamirim é emoldurada de escolas. São quatro ambientes repletos de crianças, adolescentes e adultos, incluindo o teatro Municipal onde transitam mais de mil crianças e adolescentes, e o próprio Parque Aluízio Alves, onde se concentram incontáveis estudantes (de diversas escolas) principalmente à tarde, tornando o espaço propício para psicopatas com tal intenção.

Nada justifica tais mensagens, mas todo cuidado é pouco e nada deve ser subestimado. Inclusive pode ter outras “motivações”. O teor dos ataques parece querer confundir intencionalmente. A pessoa – que pode ser homem, mulher e até mesmo um (a) adolescente problemático (a) – curiosamente informa que tem problemas mentais, (o que soa estranho). A expressão “vou entrar atirando” deixa subentendido que a pessoa se prepara com arma de grosso calibre, portanto, para quem pretende “entrar atirando” (mas avisa antes, como precaução), está apenas polemizando e nem arma tem. Normalmente quem avisa não faz, só quer fazer medo e causar mal estar, mas isso não deve evitar que todas as medidas sejam tomadas. Pode ser uma pessoa com distúrbios, criando mal estar público para ficar de longe assistindo e se "divertindo", inclusive há vários filmes na Netfilx com essa trama. Pode ser um (a) psicopata que junta todas essas suposições mais uma arma de fogo e de fato se prepara. Vimos um exemplo horroroso com uma adolescente em Natal, recentemente. Ela pretendia fazer um ataque em massa.

Ultimamente a internet têm sido palco de horrores. Há muitos grupos de psicopatas e pessoas fracas de espírito, admiradoras desses submundos, portanto essa mensagem de Whatsapp pode ser de mais um adolescente engrossando a fila dos psicopatas Depois de feito o serviço, é só alegar que estava sob efeito de remédios de tarja preta e coisas afins. Quem anuncia a intenção de cometer um crime sabe que encontrará o caminho hostil, portanto poderá voltar dali num paletó de madeira. E essas pessoas parecem não se preocupar com suas vidas.

A prefeita, pelo que se vê na imprensa, tomou as providências junto aos órgãos competentes e tem recebido apoio de todos. A população é gigante em lhe expressar solidariedade, inclusive opositores políticos, repudiando tamanha estupidez.

Desde que foi eleita, a prefeita Nilda Cruz tem sofrido muitos ataques, deboches, piadas, insinuações, calúnias sobre a sua administração, por parte de quem não aprovou a sua eleição – ou por outras razões escusas – mas antes de tudo ela é uma educadora e não retrucou nenhum ataque, apenas trabalha. Percebe-se que não tem sido fácil para ela. Muitos estão exigindo que ela tire leite de pedra e isso é injusto para quem assumiu em janeiro passado. Nota-se, claramente, muita maldade em alguns "opositores". Ela é mulher, seus ancestrais são do Ceará, vem de uma origem humilde e, originalmente, tem ancestrais oriundos da África. Nada disso é defeito, mas para alguns é defeito grave e "merecedor" de ataques. 

Nilda Cruz tem sido muito popular, proativa, presente em tudo e administrando as finanças com regras pertinentes, tendo em vista – conforme anunciado no início de sua assunção – que encontrou os cofres públicos desfalcados, portanto age com cautela para equilibrar as contas. Aos poucos ela deixa a sua digital no governo de Parnamirim, onde já se vê avanços. Sobretudo diversas ordens de serviço em várias áreas estão em andamento, assinaturas de convênios, parcerias e outras iniciativas ao longo desses 100 dias de governo, enfim, muitos projetos e obras estão a caminho. Um resultado substancial só pode ser visto ao longo dos meses, ao longo do seu mandato, e não no início,  portanto é injusto e incoerente exigir mais de uma gestora com quatro meses de mandato e sofrendo tanta maldade. Agnelo pegou uma Parnamirim arrasada, desestruturada, com salários atrasados, décimo terceiro atrasado e uma infinidade de serviços básicos em estado caótico. Aos poucos ele reconstruiu tudo e encerrou o seu segundo mandato com quase 80% de aprovação. Até hoje é aplaudido (mas ele começou devagar, administrando o caos). 

Nilda Cruz é uma mulher que inspira mulheres e homens. Sua história é pautada de superações e conquistas. Ser a primeira mulher prefeita da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte consiste num feito notável, principalmente quando sabemos que há quase cem anos o Rio Grande do Norte deu ao Brasil e à América Latina a primeira prefeita, a primeira deputada estadual e a primeira eleitora. Lembrando que a intelectual Nísia Floresta Brasileira Augusta (primeira mulher brasileira a pregar ideias do abolicionismo, do indianismo, das causas republicanas, da reforma da educação, do acesso à mulher à educação, liberdade de culto religioso, liberdade de expressão e outras causas) nasceu no Rio Grande do Norte e é estudada até hoje em todas as universidades do mundo. Nilda não faz nada além de estar num posto conquistado legitimamente e trazer a admirável condição de primeira prefeita de Parnamirim.

Demorou em Parnamirim, mas aconteceu. E essa mulher reúne todas as qualidades que Nísia Floresta reivindicou ao seu sexo há quase cem anos. Mas isso não parece orgulho para alguns que em pleno século XXI trazem dentro de si a deplorável misoginia e o preconceito racial. Infelizmente o Brasil está sob efeito de movimentos em que alguns homens públicos não aceitam a mulher no poder, que as intimidam; e já ouvimos até um deles alegando que "não estupraria uma delas porque era feia". Isso é  horroroso, pois acaba inspirando crianças e adolescentes a atacar ou humilhar as mulheres. Elas passam a pensar assim: "se um político que ocupou tão elevado posto diz isso, é sinal que está certo e eu também devo agir assim". Sabe-se lá se esses ataques são de um louco que não aceita uma mulher na administração da cidade?

Parnamirim, apesar de ser um município imenso, colado à capital, infelizmente ainda conserva ranços da época dos senhores de engenhos, cujos governantes eram os "dotozinhos" que iam estudar na Europa e voltavam recebidos com tapetes vermelhos para administrar as intendências, as províncias, as vilas, fazendo valer os interesses das oligarquias, do patriarcado, do chicote e do pelourinho. Nilda é um "defeito" pelo simples fato de ser mulher, ser uma negra, não vir de uma família rica, não ter origens numa família com tradição na política, por ser "forasteira" como cearense (mesmo tendo chegado a Parnamirim ainda criança), mas quem exerce esses preconceitos, esquece que a maioria dos ex-prefeitos e ex-vereadores de Parnamirim nasceram em outros municípios e em outros estados do Brasil (a exemplo de Agnelo) e isso não é problema quando se honra a missão de bem governar. Enfim vemos uma rejeição gratuita, fruto de almas pequenas.

Quem conhece a professora Nilda Cruz sabe do seu caráter ilibado, sabe da sua competência, sabe da sua longa e dedicada trajetória para conquistar legítima e admiravelmente a prefeitura de Parnamirim. Não foi fácil. Ela precisou matar um monstro por dia e não é ingênua de supor que os monstros foram vencidos, pois eles virão. E em outras configurações. Mas engana-se quem subestima sua força interior, o seu olhar visionário e a sua visão holística sobre os fatos. Ela está feliz. Realizou um sonho e vivencia a sua administração com alegria e compromisso. Essa sua alegria parece incomodar também. Se ela fosse uma prefeita branca, rica e filha de políticos, nem precisaria ser nativa de Parnamirim e os seus 100 dias de governo estariam recebendo unanimemente aplausos. Portanto essa mensagem de Whatsapp traz um misto de fatores. É uma ponta de iceberg e o monstro é muito maior. 

O que ora acontece revela muito de muitos anônimos e, com certeza, muitos conhecidos mascarados, que poderiam estar almejando algo além do que merecem e, decepcionados, agem assim. Gente que poderia estar colaborando com a administração, mas, por darem gosto às vaidades humanas, por influências de gananciosos, por não quererem o bem de Parnamirim, se voltam contra ela para maldosamente tentar desestabilizar o seu governo. Oposição verdadeira é ética e pública, e o que está acontecendo não é isso. Há muitos olhos dirigidos a ela, olhos de inimigos e olhos de amigos-inimigos. Olhos pautados pelos mesmos preconceitos e maldades observados nas mensagens do suposto “Grazi Suprema”. O que conforta e inspira é saber que também há muitos olhos verdadeiramente do bem, da parte de quem torce por ela e acredita que ela fará uma gestão cidadã e civilizada.

Entendo que essa mensagem estúpida direcionada à prefeita possa ser mais uns centímetros do iceberg do mal que se irrompe do oceano do ódio gratuito e invejoso. Mas, para quem sempre venceu os monstros, a idoneidade e a competência da professora Nilda degelará por completo esse iceberg. 

Essa mensagem do Whatsapp traz muitas mensagens - inclusive mensagens não ditas -, ela esclarece que é mais fácil o ímpio ser enaltecido e receber aplausos do que o justo. É mais fácil o inescrupuloso ser reconhecido do que o homem correto. Mas a mensagem também ensina a todos a redobrar as atenções nos ambientes municipais em especial escolas – sem paranoia – com serenidade, tomando medidas preventivas sérias, pois nenhuma suposição deve ser banalizada. Portões, portarias, recepções devem ser vigiadas por todos. Pessoas estranhas devem ser monitoradas e abordadas sempre. Portas especiais devem ser instaladas em alguns lugares. Como não se sabe o que de fato está acontecendo, além dos que, gratuitamente querem desestabilizar o seu governo, pois se trata de uma mensagem anônima, a grande prioridade é precaução e cuidados redobrados, até que a polícia descubra e puna o (a) autor (a) ESSAS MENSAGENS TAMBÉM ENSINAM AOS PAIS A CONVERSAREM SERIAMENTE COM OS FILHOS NA TENTATIVA DE OS PRECAVEREM SOBRE ESSES GRUPOS DE PSICOPATAS NA INTERNET...  ESSAS MENSAGENS ENSINAM AOS PAIS A CUIDAREM MAIS DOS SEUS FILHOS, A ALERTANDO-OS SOBRE A IMPORTÂNCIA DE TOMAREM MAIS CUIDADO ONDE ANDAREM, OBSERVAREM MAIS E SE AFASTAREM DE ALGO SUSPEITO.

Enfim, eu e minha família, assim como todas as pessoas de bem de Parnamirim – que são a grande maioria –, bem como pessoas de todo o Estado (como estamos vendo) desejamos sabedoria e serenidade à prefeita, professora Nilda Cruz. Tudo isso vai passar. O mal jamais vence o bem. Damos o que temos e somos o que pensamos. Temos plena convicção de que tudo o que V. Excia. planeja para esse imenso município – que é o melhor para todos – se realize. A senhora é parte da história e já tem belos capítulos escritos nos alfarrábios de Parnamirim. Avante, senhora prefeita! L.C.Freire.

SRA. IRENE COSTA MIRANDA: UMA PIONEIRA GUARDADA NO CORAÇÃO DE PARNAMIRIM

D.  Irene Costa Miranda

No dia 1º de abril de 1938, data que as tradições consideram como o Dia da Mentira, nasceu uma mulher cuja vida é um testemunho de autenticidade e verdade. Estou me referindo à ilustre senhora Irene Costa Miranda, uma figura emblemática de Parnamirim, Rio Grande do Norte. Embora os jovens da cidade possam não conhecê-la, os mais velhos certamente reconhecem sua importância e a dignidade que a acompanha. 

Dona Irene reside, de forma quase invisível, no coração pulsante da cidade, em uma casa que, ao longo de quase quatro décadas, foi engolida pelo comércio vibrante e pelo incessante fluxo de pessoas e veículos. Sua história em Parnamirim se estende por 72 anos, um testemunho de resiliência e adaptação às transformações que moldaram esta cidade. Tendo a emancipação política de Parnamirim ocorrido em 1958, há 67 anos, temos em dona Irene uma testemunha vida de toda a história do município, pois ela viveu indiretamente todos os principais fatos da organização do município até o presente.

Uma das páginas que dona Irene conta é sobre a sua revolta quando mudaram o nome de Parnamirim para Eduardo Gomes. "Eu fui uma das pessoas que expressava toda a minha indignação por onde andasse, inclusive no Mercado Público. Isso foi revoltante. Ainda bem que derrubaram".

A história muitas vezes é ingrata, pois esquece de enaltecer pessoas pioneiras e que testemunharam um livro aberto de histórias, e que, a seu modo, são capazes de contar os mais interessantes fatos vividos, descortinar episódios curiosos, desconhecidos e que são merecedores de holofotes.

Essas pessoas, talvez por sua simplicidade, seguem desconhecidas ou preteridas por outras, tendo em vista o hábito que o sistema tem de atribuir louros e tapetes vermelhos apenas àqueles que ocuparam postos considerados pelo imaginário popular como "superiores". E, na verdade, não há histórias superiores. Há histórias diferentes, e esse é o caso da sra. Irene, que faz parte dos pioneiros que se arrancharam nesta cidade, num tempo difícil em que se contavam as casas, cujos tabuleiros de mata rasteira se perdiam de vista e a cidade, que ainda não era emancipada, cheirava a alecrim. Foi nesse cenário que essa mulher aqui chegou e tornou-se, juntamente com o seu esposo, uma das famílias antigas, que participariam da construção do município, que acreditaram nessa terra, lutaram muito e ergueram os seus legados.

Viúva há alguns anos, Dona Irene é filha de Euclides Costa Medeiros e Luiza Carlos Damião, mas, infelizmente, não teve a oportunidade de conhecer seus pais. Ela e sua única irmã, Maria de Lourdes Medeiros, foram criadas pelos avós, Damião Carlos dos Santos e Maria Cândido da Conceição, que lhe proporcionaram um lar repleto de amor e ensinamentos.


Dona Irene viu Parnamirim adquirir fisionomia de cidade desde os primórdios e conta a experiência com orgulha.

Em 1953, ainda solteira, a jovem Irene mudou-se para Parnamirim, onde passou a viver com seu tio-avô, Lucas Evangelista de Lima, carinhosamente conhecido como “Tiluca”. Ele se tornou uma figura paterna para as irmãs e, como funcionário da Base Aérea, residia na antiga Rua Fabrício Pedrosa, hoje Avenida Brigadeiro Everaldo Breves. 

Em 1954, dona Irene conheceu Antonio Miranda, um jovem que se tornaria seu esposo. Ele era natural do Arenã, distrito de São José de Mipibu. Antonio havia se estabelecido na então “Vila de Parnamirim” desde 1952, onde trabalhava como funcionário civil da Base Aérea e, nas horas vagas, como bombeiro hidráulico. Ele foi o primeiro encanador da cidade, uma profissão que muitos de seus filhos continuaram a exercer mesmo tendo seus empregos fixos. Eles tomaram gosto pelo ensinamento do pai.

Antonio e Irene uniram-se em matrimônio no dia 15 de novembro de 1954, na cidade vizinha de Monte Alegre. Naquela época, Irene tinha apenas 15 anos, mas era comum meninas se casarem cedo, assumindo responsabilidades que hoje parecem impensáveis. Assim, desde tenra idade, as meninas eram ensinadas a dominar as artes do lar, cuidando da casa e dos irmãos, aprendendo a cozinhar, costurar, bordar, fazer renda e realizar as tarefas domésticas.

Miranda, um dos filhos da dona Irene, ao lado de pessoas antigas de Parnamirim, com exceção a terceira e quarta pessoa da esquerda para direita que não são parnamirinenses. Miranda é  muito querido e respeitado, funcionário público, prestou relevantes serviços à Escola Presidente Teodore Roosevelt e à Fundação Parnamirim de Cultura, hoje SEMEC.

Após o casamento, os recém-casados viveram de aluguel por seis meses no bairro Água Vermelha, em Parnamirim. Em seguida, mudaram-se para uma casa própria na Rua Sargento Norberto Marques, onde nasceram a maioria de seus doze filhos, sendo o primogênito Tadeu, nascido em 1954. Em 1977, decidiram vender essa casa e adquiriram um novo lar na Avenida Brigadeiro Everaldo Breves, onde Dona Irene reside até hoje, completando 48 anos nesse endereço, ao lado da Caixa Econômica Federal.

Para sustentar sua grande família, o casal investiu em um espaço no mercado público, hoje conhecido como Mercado Velho. Apesar das dificuldades, Dona Irene ainda encontrou tempo para estudar, concluindo a 4ª série primária enquanto trabalhava como comerciante e feirante por mais de 15 anos, entre 1970 e 1980. A vida, no entanto, não foi isenta de tragédias. Em 1979, a família enfrentou a dor da perda de Aluísio Costa Miranda, um dos filhos, num acidente de trabalho. Ele era Cabo no Corpo de Bombeiros da Base Área. Em 1998, após 19 anos da morte desse filho, o seu marido faleceu e ela teve que pegar o cajado da família.

Essa bela casa ficava de frente à casa onde d. Irene mora atualmente. Foi demolida para construírem o Shoping de Parnamirim. Pertencia ao pioneiro Dom João Isaías de Macedo, que aparece na fotografia segurando uma criança. Ele era dono do primeiro açougue de Parnamirim.

Muito abalada, a matriarca assumiu sozinha as responsabilidades de mãe e dona de um grande lar. E conduziu os filhos com mãos de ferro, ensinando-lhes respeito, boas relações com os amigos e orientando-os a serem pessoas trabalhadoras e honestas. Nesse aspecto ela foi dura e não perdoava os menores deslizes da meninada, corrigindo-os de forma enérgica.

Hoje, aos 80 anos, com 22 netos e 6 bisnetos, dona Irene viu desaparecer muita gente antiga como ela, parte de sua mocidade, dos tempos da Parnamirim que engatinhava. Saudosa, ela se recorda de muitos que já se foram, mas dá graças pelos que ainda floreiam a sua existência. Para ela, um dos maiores patrimônios de uma pessoa são as boas amizades. Desse modo ela se recorda de alguns amigos comerciantes, alguns ainda vivos, como “Maria de José de Aprígio”, “Seu Elias”, “Seu Djalma”, “Seu Paulo, da mercearia”, “Dona ‘duVigem’”, “Dona Eridan”, “Francisca de Teixeira”, “Wellington da verdura” e “Fernando do caldo de cana”, e outros já falecidos, como: “Manoel Delfino”, “Afraudiso”, “Seu Nael”, “Seu Bubu”, “João Paisinho”,  “Chico do Ferro Velho”, “João Sabino”, “Seu Boa Vista”, “Seu Olegário”, “Zaú da carne”, “Seu Pedro de Finha”, dentre vários. Pessoas queridas que, iguais a ela, aqui se instalaram cheias de esperança, num tempo difícil, mas pautado de sonhos, vontade de vencer e acreditar num futuro melhor.

Miranda no "Natal das Crianças", Parque Aristófanes Fernandes, 2016

São 72 anos pisando o chão de Parnamirim. Dona Irene é muito conhecida na cidade não só pelo longo tempo em que habita, mas acima de tudo, por sua solidariedade, acolhimento sem distinção e doação natural em ajudar a quem chega em sua residência, seja com algo material ou com uma simples e sadia conversa. Chamada carinhosamente por “Vó Irene”, por vários comerciantes e trabalhadores do centro de Parnamirim, tem fama de conselheira, e muitos que chegam por ali a procuram para ouvir suas orientações e conselhos, sem nunca perder o bom humor nem abrir mãos das inúmeras piadas que conta. É muito espirituosa e brincalhona. Com certeza, essas características foram grandes aliadas para estar de bem com a vida, principalmente nos momentos difíceis que passou.

Ao longo de sua existência. Ela perdeu outros filhos e viveu momentos de muita dor, mas segue firme, sempre preocupada com a família, mesmo que tenha uma vida tranquila, que não precise dos filhos financeiramente, ela se doa em primeiro lugar à família que construiu com muito amor ao lado do falecido marido. Para ela, uma das suas maiores alegrias é quando chega um filho em sua casa, nem que seja para pedir a benção, tomar um cafezinho rápido e sair, ou quando todos estão juntos. Ela diz “isso não tem dinheiro que pague, só de ouvir a palavra 'mãe' já é um remédio”.

Dona Irene, ao contar muitos dos episódios guardados em sua memória, costuma dizer que “o segredo de tudo é lembrar das coisas boas, pois as ruins ficam no passado”. Lema que prova todos os dias com sua própria vida. Sua marca é a irreverência, alegria, acolhimento e otimismo. É considerada por todos que a conhecem como um exemplo de doação, coragem, força e fé. L.C.FREIRE - IHGRN

ABAIXO SEGUE OS DADOS DA FAMÍLIA:


Ordem


Nomes


Codinome



Data nascimento


1


Irene Costa Miranda – Mãe


Irene


01 de abril de 1938


2


Antonio Miranda – Pai


Seu Miranda

 02/07/1932 22/10/1998


3


Tadeu Costa Miranda – Filho



Tadeu


24 de agosto de 1954



4


Aluisio Costa Miranda – Filho


Zuca

 00/00/0000 31/03/1979

5

Francisca Costa Miranda – Filha

Vera

12 de setembro de 1959

6

Selma Costa Miranda – Filha

Selma


7

Francisco Costa Miranda – Filho

Miranda

14 de abril de 1963

8

Wilson Costa Miranda – Filho

Wilson

02 de julho de 1965

9

Jaime Costa Miranda – Filho

Jaime

16 de novembro de 1966

10

Sales Costa Miranda – Filho

Sales

21 de fevereiro de 1968

11

Isabel Costa Miranda – Filha

Isabel

17 de agosto de 1969

12

Suely Costa Miranda – Filha

Andréia

18 de dezembro de 1972

13

Antonio Costa Miranda – Filho

Toia

30 de janeiro de1970

14

Jane Costa Miranda – Filha

Jane




Ordem

Nome

Qtd. Filho

Qtd. Neto

Tadeu Costa Miranda

2

2

Aluisio Costa Miranda In memória

Francisca Costa Miranda

2

1

Selma Costa Miranda

3

0

Francisco Costa Miranda

2

2

Wilson Costa Miranda Solteiro

Jaime Costa Miranda

4

1

Sales Costa Miranda

2

1

Isabel Costa Miranda

2

0

Suely Costa Miranda

1

0

Antonio Costa Miranda

2

0

Jane Costa Miranda

2

0




ASSISTIR A DESCARACTERIZAÇÃO DA CULTURA EM SILÊNCIO?

 


Começam a aparecer postagens de propaganda das FESTAS JUNINAS dos municípios do Rio Grande do Norte e isso traz muitas mensagens sublimares. É sobre isso que ontem eu conversava com uma pessoa que trabalha com cultura em Natal.

O assunto foi sobre a descaracterização das festas juninas do Nordeste (Problema sério!). Aqui me atenho ao Rio Grande do Norte para falar com propriedade. Já ressalvo que não proponho congelar o passado, engessando-o, tendo em vista que a civilização anda para frente.  Também não estou querendo que as festas sejam festas catequéticas. Refiro-me a conservar a essência das tradições (como os gaúchos fazem). Lá eles dizem “Mateus, primeiros os teus”. (Certíssimos!).

Festa Junina é uma tradição muito forte no Rio Grande do Norte. Ela está na alma do povo potiguar. As coisas juninas transcendem, estão no ar. As pessoas praticam as festas juninas dentro de casa, no quintal, na calçada, no bairro, no comércio formal e informal, nos festejos públicos. É uma fusão de tradições em que encontramos a gastronomia, os festejos, a linguagem, as bebidas, hábitos, religiosidade, musicalidade, enfim, uma gama de comportamentos.

Mas mesmo assim não significa que a tradição mantém viva a sua essência.

Algumas prefeituras norte-rio-grandenses – totalmente equivocadas – tem a bizarrice de trazer cantores sertanejos para o São João do Nordeste. O que Gustavo Lima e Luan Santana têm – por exemplo – com o São João do Rio Grande do Norte? Esses artistas estão para a Festa de Peão de Boiadeiro, de Barretos, interior de São Paulo, como Elba Ramalho, Alceu Valença, Zé Ramalho, João Gomes, Jorge de Altinho, Petrúcio Amorim, Flávio José, Zé Vaqueiro, Dorgival Dantas e uma porção de outros artistas incríveis estão para o São João do Nordeste. São costumes e tradições muito peculiares a cada região.

Não é preconceito, bairrismo ou algo do tipo. É sensatez e preocupação com a valorização das raízes nordestinas. As instituições públicas que promovem a Cultura (Secretarias, Fundações etc, municipal e estadual) têm o dever moral de serem as primeiras a preservar a cultura do seu povo. É papel dos gestores públicos, em especial dos que ocupam pastas da Cultura, ao invés de usar a máquina pública ao gosto pessoal de meia dúzia de equivocados.

Alguém já viu Dorgival Dantas, Elba Ramalho ou João Gomes se apresentando na Festa de Peão de Boiadeiro de Barretos? Eles já cantaram no Oktober Fest de Santa Catarina ou na Festa da Uva, no Rio Grande do Sul?  (Nunca!). São festas que refletem a essência deles. Da mesma forma é o São João do Nordeste que tem tudo a ver com a nata da música nordestina, o zabumba, o pandeiro e a sanfona.

As festas do Nordeste tem lugar para todos os artistas, ritmos e gostos NO MOMENTO CERTO. Mas há uma exceção quando falamos de SÃO JOÃO NO NORDESTE. O problema é que as instituições públicas que promovem a cultura – salvas as raras exceções – precisam ser provocadas a reverem tal equívoco.

Negar ao povo o fomento às suas tradições é com toda certeza uma forma de corrupção, pois quando os gestores públicos – que tem todas as ferramentas possíveis para enaltecer as raízes culturais de um povo – deixam de fazê-lo, estão corrompendo a sociedade, alienando-a. E nessa alienação, os eventos públicos arrastam outros problemas.  Basta ver os vídeos que têm em abundância na internet, pós-festas. Creio que pai algum gostaria de saber que sua filha ou o seu filho se submetem a tanto vexame (drogas, comas alcoólicos, estupros, brigas, acidentes etc). Isso acontece a partir dos palcos, cujas músicas pregam todo tipo de vulgaridade. Se é possível fazer diferente, por que não tentar?

É muito injusto ver as nossas crianças e os nossos jovens perdendo a sua identidade cultural ou entendendo as festas públicas como espaços de degradação. Esse discurso parece careta, mas não é. A população deve resistir e reivindicar, afinal os homens que estão no poder, hoje, foram colocados ali para representar o povo, e se esses homens estão equivocados, a sociedade deve dizer “Alto lá!”

Não é feio nem careta sentir saudade da beleza, da poesia, da amorosidade, da presença das famílias, da alegria da população junta e misturada, da satisfação de estar num evento seguro, desde a sua estruturação às apresentações artísticas. Pelo contrário: é bonito!

Quando alguns criticam a falta de poesia na aura cultural, referindo-se às músicas que trazem letras e coreografias cheias de vulgaridade e futilidades, quando criticam os equívocos nos festejos públicos, a ausência da qualidade nas letras das músicas, o desconforto que muitos sentem ao ouvir vulgaridades num espaço onde há crianças, jovens, adultos e idosos – espaço de sociabilidade que deveria servir para celebrar as suas tradições genuínas – o que esse povo faz?

Que tal pensar? Pensar e por em prática ideias e alternativas para que a nordestinidade volte aos bairros, às vilas, aos lugarejos, às cidades. Que as famílias realmente se sintam bem nos festejos juninos. Que os artistas da terra sejam valorizados e respeitados nas festas públicas, que sejam remunerados com justiça, assim como os sertanejos são.

Não sou contra os sertanejos nem a outros ritmos, inclusive nasci num estado em que as emissoras de rádio tocam sertanejo o dia inteiro – sou fã de Milionário e José Rico e Tonico e Tinoco e uma porção de artistas sertanejos (de verdade) –, mas os sertanejos devem ter lugar em outras festas nordestinas (aniversário da cidade, destas natalinas). No São João, não! O São João é quando o povo nordestino deve recarregar as suas baterias culturais – dançando xote, baião, xaxado e todas as vertentes do forró genuíno do passado e do presente – renovando-as, transmitindo-as às novas gerações... 

Pois é, eis que – na condição de folclorista – trago esse texto para instigar, ou pelo menos tentar conduzir a sociedade ao pensar!

Luís Carlos Freire – IHGRN.

 

ESPETÁCULO - "MANOEL DE BARROS, ALQUIMISTA DA PALAVRA"

 ESPETÁCULO - "MANOEL DE BARROS, ALQUIMISTA DA PALAVRA"


 Sexta-Feira, dia 13 de dezembro de 2019


APRESENTAÇÃO

         A Prefeitura Municipal de Parnamirim, através da Fundação Parnamirim de Cultura, convida a todos para embarcar na alquimia poética de Manoel de Barros.

     Eis o resultado de mais um ano de trabalho, fruto de formação nas oficinas de Dança e Música. Seguimos unidos aos pais e alunos no projeto de sustentabilidade, acreditando ser inaceitável ignorarmos as temáticas sobre preservação da natureza em pleno século XXI. A Cultura deve interagir com atitudes de Educação sempre, pois essa relação produz novos e saudáveis modos de vida. Dessa vez reaproveitamos garrafas PET e todo tipo de frascos plásticos. Utilizamos pneus, papelão, madeira de demolição, sacos de cimento e outros materiais recolhidos em todos os bairros de Parnamirim. Tudo isso poderia estar nas ruas, entupindo os canais de esgoto ou boiando nos rios, mas foi transformado em Arte, sob forma de cenário e elementos cênicos.

    A Fundação Parnamirim de Cultura acredita que é fundamental envolver as famílias de nossos alunos, os quais são atendidos nas oficinas de balé clássico, música, teatro, jazz, dança contemporânea e dança popular. As práticas educativas se fortalecem quando os pais participam do processo.

     Os resultados dessas oficinas revelam cada vez mais a qualidade da Dança em Parnamirim. As premiações dentro e fora do estado, e o que vimos diariamente neste espaço, representam um termômetro para tal realidade. Ao mesmo tempo reflete o nível dos nossos instrutores e a dedicação dos nossos alunos.

    
 Aproveitando o universo extraordinário da Dança, construímos a tradição de usarmos o nosso espetáculo para interagir com a sociedade parnamirinense, mediante ações ligadas à Literatura, História, Ecologia, Folclore e outros. É um esforço prazeroso de Educação, e que promove diálogo com todos, sejam ligados ou não a esta instituição.

         Nesse propósito, promovemos diversas atividades voltadas para a natureza, essência da poética de Manoel de Barros. O Parque Aluízio Alves tornou-se o nosso Pantanal Sul-Mato-Grossense. Nossos alunos aprenderam os nomes de suas plantas, fixaram plaquinhas, com identificação, deram início ao Orquidário, assistiram a exibição de vídeos, brincaram com a “Invencionática”, tiveram aulas sobre Manoel de Barros e participaram do mutirão de Limpeza do Rio Pitimbu. Os pais assistiram palestra, integraram o Clube de Leitura e acompanharam os filhos durante todas as atividades.

      O espetáculo, portanto, começou há um ano. E hoje, vivemos o seu ápice... Sejam bem vindos ao Pantanal do Mato Grosso do Sul. Sejam bem vindos à Infância e ao Mundo Invisível que se tornou visível graças à poesia manoelina. Sintam-se embarcados nas canoas dos índios guatós. Sintam-se banhados nas águas límpidas dos rios que serpenteiam essa terra plena de fauna e flora. Sintam-se conduzidos nas asas dos tuiuiús, nas flechas dos guatós e guaranis-kaiowás, nas conchas dos caracóis, no perfume dos lírios, no farfalhar das taquaras... Que o espírito da floresta embeveça a todos na poesia de Manoel de Barros: alquimista da palavra.

 

SINOPSE
                O espetáculo “Manoel de Barros: alquimista da palavra” é um poema de amor à natureza, à infância e às coisas aparentemente insignificantes. O notável escritor francês Flaubert escreveu que tinha vontade de publicar um livro sobre o nada, e Manoel de Barros o publicou. Não o ‘nada existencial’, ou o ‘nada em sua acepção literal’, mas o que transformamos em nada no cotidiano.                         
      Sua obra é carregada de filosofia, de emoção e ao mesmo tempo, racionalidade. Oportuno recordar o aforismo do filósofo alemão Martin Heidegger quando ele diz “os limites das minhas palavras são os limites do meu mundo”. Ele procura no inútil aquilo que dá sentido à vida. Isso vem ao encontro da poética manoelina quando ele escreve “meu quintal é maior que o mundo”. Manoel de Barros era o escritor das insignificâncias e das infinitudes.

  Com sua alma de criança – intencionalmente ou não – ele inventou um jeito novo de dizer poesia. É único. Um dos mais amados e estudados poetas brasileiros, justamente pela singularidade da escrita. Seus lápis e milhares de caderninhos à grafite reverberam sua fala: ... “eu não sou da informática, sou da invencionática”. Sua poética dá voz às “coisas mijadas de orvalho” ... “quem escreverá sobre as pobres coisas do chão”? perguntou. Mas os seus nadas vão além e mergulham na alma humana, levando-nos às mais diversas reflexões.

             
O Espírito da Floresta, personagem imaginário, divaga todo o espetáculo, dando voz a João e Marta, filhos de Manoel de Barros. A poética manoelina é descortinada lentamente, como um livro aberto e degustado aos poucos e com prazer. Desse modo a plateia viaja na cultura do estado onde o poeta viveu. Há um louvor à natureza.

               O Pantanal, onde o poeta ambientou a sua obra, é um bioma vivo, em constante movimentação e transformação de sua fauna e flora, portanto a Dança e a música são formas impressionantes de traduzir essa intensidade. Essas vertentes da Arte encontraram figurino certo para se trajar com as palavras inventadas e a graça verbal de Manoel de Barros. Suas palavras bailam, movimentam-se, colorem-se, reinventam-se, emocionam, e por vezes tornam-se inalcançáveis, assim é a dança, assim é a poesia.

Há uma proposta educativa.

             O texto e o cenário são criações de L. C. Freire. A plateia é levada ao pensar de forma prazerosa. Desse modo urge descobrir as insignificâncias do hoje. Ao mesmo tempo divaga-se questões necessárias como: demarcação de terras indígenas, respeito aos povos indígenas, preservação das reservas ambientais, poluição, voluntariado, além de transportar os alunos para outras culturas, permitindo-lhes conhecer o Brasil e outros assuntos. Os figurinos trazem a marca - e a cara - de João Marcelino. A direção é assinada por André Batista. A pintura de luz tem a grife de Ronaldo Costa e as coreografias são assinadas pelos nossos instrutores de dança.

 
PROGRAMAÇÃO
1.ESPÍRITO DA FLORESTA
Intérprete: Kathllen Louise/João Junior
2. DECLAMAÇÃO DO POEMA APANHADOR DE DESPERDICIO
Intérprete: Ana Clara
3.ÁGUAS (ELENCO FIXO)
TURMAS DE DANÇA CONTEMPORÂNEA MATUTINO/VESPERTINO.
Professores e Coreógrafos: Rodolpho Santtos e Thaise Galvão
Assistentes: Andressa Bernardo; Dayane Justino e Lucas Suerth
Elenco Matutino:
Andressa Bernardo, Allana Tarquino, Alice Chacon,Bruno Bertho, Ezeel Stelet, Hiara Pereira, Latícia Jayane, Latícia Gabriela, Steffany Galdino, Yasmin Machado,Yasmin Nicole,Vitor Noah, Paulo Lisboa.


Elenco Vespertino:
Ana Sales, Beatriz Souza, Dandara Porto, Dayane Justino,Handox,Helena Marcelino,João Victor, Jonathan Galdencio, Kardyla Azus, Karol Lazully,Lívia Paulino, Lizana Borges,Lucas Suerth, Louisy Sales, Marcos Santos, Matheus Damar, Messias Mattel, Plínio Leonardo, Stefany Medeiros, Thais Nunes e Will Freire.
Poesia: Águas
Intérprete: Paulo Lisboa

4. CURUMINS (ELENCO FIXO)
Professor e Coreógrafo: Robson  Aquino
Elenco: Analícia Paiva,Emanoel Borges,Emanuele Alves, Julia Emanuely, Luiza Gomes, Laís Gomes,Maria Clara,Maria Cecília, Maria Heloísa,Marina Galdino e Sofia Maria.

5. SERES DA FLORESTA – GD (ELENCO FIXO)
Grupo de Dança FUNPAC.
Direção: Lidiane Soares
Assistente: Thaíse Galvão
Coreógrafas: Lidiane Soares e Thaíse Galvão
Elenco: Ana Júlia Lima, Bruno Thierre, Bruno Versati, Eduarda Fernades, Érika Amilavlis,Felipe Galvão, Júlia Dias, Letícia Miranda, Luíza Silva e Rayssa Grazz.

6. ARARAS AZUIS
Turma : Jazz Kids e Jazz Iniciante
Professor e Coreógrafo: Will Gomes
Elenco Jazz Kids:
Ana Ester, Bruna Lira, Júlia Silva, Karen Paula, Maria Clara, Maria Das Vitórias, Maria Heloisa, Mariana Alves e Nízia Isabela.
Elenco Jazz Iniciante:
Ana Beatriz, Dayane Justino, Isabely Acioly, Júlia Alexandre e Nicoly Gomes

7. TUIUIÚ ( ELENCO FIXO)
Professor e Coreógrafo: Robson Aquino
Elenco: Elienai Estevam,Isadora Fernandes,Laura de Oliveira, Letícia Gabriele, Letícia Mayara,Marry de Pádua, Marino de Oliveira, Marcos Wendel,Renata Sabrina,Sofia Mayane,Tainá Carvalho e Thalia Clara.

8. TETÊ ESPÍNDOLA
Intérprete: Afra Bremgartner
Preparação Corporal: Thaíse Galvão
 9. BEIJA-FLOR
Turma: Iniciação “B” Vespertino
Professora e Coreógrafa: Lidiane Soares
Elenco: Ana Flávia Soares, Eduarda Fernandes, Fernanda Kamily, Iadrina Kiuane, Ingrid Beatriz, Jacklliny Rebekah, Júlia Cecily, Julia Beatriz, Lara Giovanna, Lavinia Adla, Letícia Alves, Letícia Silva, Letícia Peixoto, Maria Gabrielli e Maria Tereza.

10. LÍRIOS
Turma: Iniciação (A, B E C) Matutino
Professora e Coreografa: Ranimusa Santos
Elenco: Ana Cecilia Epifanio Alves, Ana Lara Freire, Ana Teresa Sabina, Emilly Vitória Santos, Gabriely Silva, Hadassa Lorrany Bezerra, Hellida Renata, Jadla Dalyane. Leticia Saito, Maria Katarina Tavares, Mariana Florencio, Najana Stephanie, Maria Eduarda Lima, Raiani Da Silva.
LÍRIOS VESPERTINO
INICIAÇÃO “A”
Professora e Coreógrafa: Lidiane Soares
Elenco: Ana Júlia Martiano, Anna Beatriz Araújo, Anna Beatriz Pereira, Ayane de Souza, Clarissa Monteiro, Gabriella Cavalcante, Hadassa Andrade, Júlia Christinne, Júlia Giovanna, Maria Isabelly, Maria Helena, Mariana Ketilen, Melissa Kelli, Mikaely Macedo e Yasmin Lima.

11. JOANINHAS
Professora e Coreógrafa: Aline dos Anjos
Elenco 1
Adelle Beatriz, Ana Amélia, Ana Clara Gurgel, Ana Letícia Souza, Ana Lívia  Duarte, Cauanny P. Martins, Iasmin Bezerra, Joane Victoria Canela, Júlia Barbosa, Larissa Oliveira , Luísa Santos Lopes, Luna Karlety, Marcela Agnes, Maria Cecília Gomes, Maria Cecília Rocha, Maria Fernanda Silva, Maria Luiza, Maria Sophia  Albuquerque e Vanessa de Oliveira Melo.
ELENCO 2
Alice Velinelli, Ana Carolyna , Ana Ester Medeiros, Ana Sophia Cabral, Brenda Vitória, Camila Pinheiro Borges, Helena Soares, Isabelle Felipe, Isabelle Lemos, Jayssa Oliveira, Júlia Gabrielly, Karen Beatriz, Kysia Dalyane, Laís Helena, Laura Letícia, Luna Chaves de Castro,Maria Clara Nascimento,Nicole Amarante, Nirlyane Veras, Rita Sophia Macedo e Sofia Gomes das Flores.

12.ÍNDIOS (ELENCO FIXO)
Professor: Reinaldo Sales (Professor Cipó)
Coreografia: Reinaldo Sales Marques e Robson Aquino Doca
Elenco: Amissis, Marineide, Ryanne Bezzera Guimarões, Júlia Alexandre Cabral.

13. SUCURÍS
Turma: Turno Matutino (dança contemporânea kids).
Coreógrafa: Thaíse Galvão
Elenco: Ana Letícia epifânio Alves Cortês,Ana Lívia de Araújo Lima,Alice Bezerra Andrade dos Santos, Elielson Santana da Silva Estevam,Flávia Letícia Costa Januário,Leniagna Hêmile Soares da Silva,Sarah dos Santos Machado da Costa.
Turma: Turno Vespertino (dança contemporânea kids)
Coreógrafo: Rodolpho Santtos
Elenco: Artemis Gomes, Helô Sales,Malu Fêlix, Nicoly Gomes, Quêmilly Santana e Sophia Farias.

14. NEY MATOGROSSO
Intérprete: Paulo Lisboa
Preparação Corporal: Thaíse Galvão

15. CORUJAS
Professor Coreógrafo: Nadson Brandão
Elenco: Ariane Teodoro, Laura Tomaz, Lurice Lucena, Luana Fonseca e Simone Sales.

16. POETISAS
Turma: 1° Ano Matutino
Professora Coreógrafa: Ranimusa Santos
Elenco: Alicia Gabriela, Ana Clara Padilha, Beatriz Tavares, Heloisa Victor de Lima, Iasmin Ferreira e Manuela Lucena.
Turma: 1º Ano Vespertino
Professora: Fabiana Valentin
Elenco: Júlia Jales, Tainá Carvalho, Tainá de Carvalho, Yonnara Luiza, Letícia Sousa, Helô Sales, Malu Felix, Sophia Farias, Kêmilly Santana.

17. LETRAS
Turma: 2° Ano Matutino
Professora e Coreógrafa: Ranimusa Santos
Elenco: Ana Flavia Lima, Gabriella da Silva, Helena Vitória Ferreira, Leticia Daniela da Silva, Sara Grazielly Batista, Sophia Lara Acioly e Maria Eduarda.

Turma: 2º Ano Vespertino:
Professora: Fabiana Valentim
Elenco: Ana Clara Freitas, Júlia da Silva, Ingrid Sousa, Ingrid Azevedo, Jamile Gabriele, Maria Fernanda.

18. INFÂNCIA
Professora e Coreógrafa: Aline Dos Anjos
Elenco 01
Analyce Freire de Oliveira, Ana Cecília Ramos Pereira, Isabelle Alves de Sena, Júlia Souza Costa,Laura Beatriz T. de Souza, Lavínia da Silva Freitas e Tallita Emilly Melo.
Elenco 02
Ana Hadassa Mendonça, Ana Julia Rodrigues da Silva, Beatriz Lira Bezerra, Cecília Vitória de Oliveira, Evellyn da Silva Carvalho, Laura Beatriz Medeiros de Souza, Marcela Victoria Sales,Maria Clara Martins, Maria Eduarda Mariano, Maria Isabela Santos, Nathaly Yara Silva, Ruth Helena Braga.

19. PERLA
Intérprete: Nataly Negreiros
Preparação Corporal: Thaíse Galvão

20. O VENTO
Professor e Coreógrafo: Nadson Brandão
Elenco: Alisson Pereira, Bruno Tierre, Bruno Nascimento, Felipe Galvão, Lucas Suerth e Matheus Damar.

21. PAS DE DEUX ÁGUAS PRIMAVERIS
Música: Serge Rachmaninoff
Coreografia: Assaf Messerer
Adaptação: Thaíse Galvão
Solistas: Letícia Miranda e Bruno Versati (Bailarinos do GD)
Direção do GD: Lidiane Soares                   
     
22. O LIVRO SOBRE NADA (MANOEL DE BARROS)
Intérprete: Manuel Evaristo
ESPÍRITO DA FLORESTA.

FICHA TÉCNICA

André Batista
Direção Geral e Artística
Lidiane Soares
Thaise Galvão
Auxiliar de Direção
Ariella Simonely
Produção Executiva
Luís Carlos Freire
Concepção de Texto
Luís Carlos Freire (com a participação dos pais e funcionários)
Cenografia
André Batista, Fabiana Valentim, Lidiane Soares, Ranimusa Santos,
Thaíse Galvão, Rodolpho Santtos, Nadson Brandão, Robson Aquino,
Reinaldo Sales, Aline dos Anjos, Will Gomes
Coreógrafos
Jucenor Costa
Cenotécnico
Emerson de Oliveira
Ismael Dumangue
Direção Musical
Ronaldo Costa
Iluminação
João Marcelino
Desenhista de Figurinos
Irapuan Júnior e Deilson Pereira
Adereços
Maria de Fátima Brilhante de Lima
Assistente de modelista e Costureira
Kátia Maria Dantas de Queiroz
Modelista e Mestre do Ateliê
Aldenísia da Silva Fernandes e Luciana Viana Sales da Silva
Costureiras

 Kathllen Louise, João Júnior e Manuel Evaristo
Atores Convidados (participação especial)
Haroldo Gomes, Fátima Borges, Ilana Lins, Francisco Miranda,
Francisco Miranda, André Batista, Ariella Simonely, Luís Carlos Freire,
Rodolfo Holanda, Mariza Cristina, Taís Borges, Edmilson do Nascimento,
Jossandro Gabriel, Alexandre Fernandes, Marcia Gomes. Fátima Isidro,
Jaqueline Lima, Patrícia Kayonara, Francisco das Chagas,
Lenira Dantas, Zeneide Torres, Francinaldo Almeida
Equipe da FUNPAC

FOTOGRAFIAS: BRUNNO MARTINS












































































































.