Museu Jean Mermoz...
Sabe-se, pela imprensa, que na Base Norte de Parnamirim/RN existe o "Museu Jean Mermoz". Mas, deploravelmente, é para inglês ver, ou melhor, para ninguém ver. Os prédios, históricos, aliás, os mais antigos de Parnamirim depois dos engenhos, não são zelados e, a julgar pelo aspecto em que se encontram, certamente desaparecerão como muitos prédios históricos da Base Aérea, demolidos sem justificativa (até porque não existe justificativa para se destruir a História e a Memória). E, pior, destruídos à revelia de uma população cujos antepassados estiveram ali desde os alicerces ao seu apogeu.
Parece que alguns militares serão eternamente mais preocupados com a barba, o vinco da roupa e o brilho da botina que assuntos dessa nobreza. É lamentável que Parnamirim assista a isso em silêncio, sem que as partes com voz e poder gritem contra esse morticínio histórico.
Visitando esses prédios que mostro nas fotografias, do lado de fora da cerca, dá-se a impressão de estar-se num filme de terror. O mato reivindica o seu espaço e parece que ninguém se lembra que ali se hospedou Jean Mermoz, Paul Vachet, Amélia Earhert, dentre outros aviadores que puseram os seus pés ali quando a aviação ainda engatinhava no mundo. É impressionante ninguém dizer "Alto lá! Isso nos pertence e precisamos deliberar os seus rumos".
Esses espaços têm uma dimensão de pertencimento superior ao que se pensa, pois interessa não só a Parnamirim, não só ao Estado, não só ao Brasil, mas ao Mundo. Que pena que muitos não dão o devido valor. Pelo menos é o que as aparências e evidências estampam.
Ontem, visitando-os do lado de fora, senti uma amargura por vê-los semi-abandonados. É simplesmente inacreditável que deem a tais edifícios um tratamento tão desprezível, como se não tivessem tanta significação para a História do Brasil.
Às vezes penso que esse pequeno conjunto histórico é terra de ninguém, pois os militares que comandam tal espaço estão sempre de passagem. Não são daqui e parecem não se interessar em conhecer a História da Aviação, portanto nunca se preocupam. O resultado é o que se vê.
Faltam a esse espaço - e suas imediações - um projeto, um olhar civil apurado e respeitoso de pertencimento, um olhar museológico, um olhar de políticas públicas numa fusão civil/militar. As pessoas, os estudantes, enfim o povo precisa visitá-lo, conhecê-lo... Temo que isso possa, a qualquer hora, dependendo da falta de conhecimento dos gestores militares, desaparecer.
E você, o que tem a dizer? L.C.F.7.7.2016
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